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Brasil mira alto no negócio florestal

Por Edson Rodrigues - 31 de Maio 2011
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O Brasil é o País que apresenta as melhores condições ambientais para o crescimento de florestas plantadas de eucalipto e pinus. Nos últimos anos, projetos florestais permitiram que fosse desenvolvida a melhor tecnologia em silvicultura dessas espécies no mundo. Foram alcançadas, por exemplo, produtividades de até 80 metros cúbicos por hectare ao ano no sul da Bahia. A média nacional também foi expressiva: 40m³ de eucalipto por hectare no período de 12 meses. Além de alta produtividade, o setor de florestas plantadas é hoje reconhecido como o segmento do agronegócio nacional com maior área preservada. O diretor florestal da Masisa Brasil, uma das empresas do setor, Germano Vieira, registra que, para cada três hectares plantados, dois hectares são preservados com biodiversidade de alta qualidade. Explica também que setores como celulose, carvão vegetal e painéis de madeira reconstituída apostam no potencial brasileiro para tomarem-se os maiores produtores mundiais em suas áreas. Vieira faz uma previsão de médio prazo: em 2020, o crescimento em relação a 2011 será de 122% para a celulose de mercado - 80% para o carvão vegetal e 41% para os painéis de madeira reconstituída. "Para isso, será preciso dobrar a área do setor. que atualmente é de 6,5 milhões de hectares", ressalta. O crescimento do setor e a construção de novas indústrias de base florestal têm incentivado muitos produtores a mudar de ramo de atividade e investir em plantios florestais. "No Mato Grosso do Sul, muitos produtores optaram por esse caminho e plantaram, até agora, 330 mil hectares com eucalipto", destaca o dirigente. Ele, porém, adverte: o Brasil vai precisar ampliar a área plantada com florestas em pelo menos l ,5 milhões de hectares em quatro anos para fazer frente à crescente demanda por matéria-prima para a fabricação de celulose, painéis de madeira, papel e outros subprodutos. A iniciativa envolve a grande maioria das empresas de base florestal, que transferem tecnologia, garantem a compra da madeira desses produtores e incentivam o desenvolvimento de outras atividades agrícolas rentáveis associadas ao plantio florestal. O investimento em florestas plantadas não desperta apenas o interesse de pequenos e médios produtores, que retiram sua renda da terra, mas também de profissionais liberais, que, atraídos pelo retorno financeiro do investimento, estão investindo em florestas. "Atualmente, programas de fomento florestal, como o promovido pela Masisa Brasil, permitem a realização de parcerias que facilitam o plantio de florestas. A empresa garante ao fomentado o fornecimento de mudas, insumos, recursos financeiros e a compra da madeira a preços de mercado, além de prestar assistência técnica e repassar ao produtor a melhor tecnologia florestal disponível para o negócio", descreve Vieira. Ambiente promissor Todo esse interesse tem um motivo que consta na planilha dos dirigentes do setor. Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Produtos de Florestas Plantadas (Abraf), César Augusto dos Reis, há uma grande demanda externa pela celulose brasileira, devido à qualidade e ao preço competitivo. Ou seja, custos competitivos de produção da madeira nas Florestas brasileiras e na produção da celulose. Para ele, também há uma mudança de paradigma quanto à preservação florestal: as florestas plantadas são um dos melhores recursos para evitar a devastação das florestas nativas. Destaca, também, que a celulose no Brasil é produzida exclusivamente com madeira de florestas plantadas. "E o aquecimento da economia provoca uma maior demanda por embalagens", completa. (Fonte: Revista A Granja)

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