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Cientistas desenvolvem técnica que permitiria "cultivar" móveis

Por Natalia Concentino - 28 de Janeiro 2021
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Especialistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA, criaram estruturas feitas em laboratório a partir de células vegetais, muito parecidas com a carne artificial produzida de células animais.

As células são recolhidas das folhas de zínia, uma planta com flores coloridas.

Depois, as células são cultivadas e crescidas para formarem uma estrutura rígida, como a da madeira, através da utilização de hormônios de plantas capazes de imitar a madeira de árvores reais.

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A técnica referida poderia deixar o mobiliário "crescer", ao invés de exigir que árvores sejam cortadas para fabricantes de móveis.

O tamanho e as formas desta madeira "falsa" podem ser controlados da mesma forma como impressões 3D, o que torna possível para os consumidores "fazerem crescer uma mesa", ou seja, cultivá-la, ao invés de a montar com cola ou pregos.

Tecido vegetal crescido das células de folhas de zínia parecido com madeira | Foto: MIT

Os cientistas disseram à revista do Instituto que o método não é limitado pela sazonalidade, clima ou disponibilidade de recursos, reduzindo, ao mesmo tempo, o desperdício de plantas e a concorrência por terras aráveis.

Um dos autores do estudo que será publicado no Journal of Cleaner Production, Ashley Beckwith, contou que "Eu queria achar um método mais eficiente de usar o solo e recursos de tal maneira que poderia deixar mais terras aráveis permanecerem selvagens, ou manter uma menor produção e permitir maior biodiversidade".

Levando esta ideia ao laboratório, os especialistas cultivaram um tecido vegetal parecido com madeira in vitro, sem solo nem luz solar, a partir das células de zínias.

A equipe cultivou as células em um meio de crescimento líquido, que depois foram transformadas em um gel, agindo como um suporte para que as células cresçam em uma forma particular, e sejam, então, "moldadas".

Esquema do processo de cultivação de tecido vegetal em laboratório | Imagem: MIT

Mas, segundo o biologista de plantas e presidente do Instituto Boyce Thompson (EUA), David Stern, a questão é se a tecnologia pode se desenvolver e ter durabilidade, assim como ser competitiva em termos de mercado.

(Com informações do Sputnik News)

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