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Pequeno varejista tem sobrevivência em xeque

Por Daniela Maccio - 22 de Fevereiro 2016
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Viver de varejo nunca é fácil: em um ramo que sobrevive com margens apertadas, é preciso contar centavos para fechar o mês no azul. Se isso já é um problema quando a economia está bem, torna-se quase insuportável às portas do segundo ano consecutivo de recessão. Como a corda sempre estoura do lado mais fraco, consultores e empresários do ramo são unânimes em afirmar que a sobrevivência dos pequenos e médios varejistas (aqueles que faturam até uns R$ 2 bilhões por ano) está em jogo – e o pior, alguns não aguentarão.

 

“Vamos ver muita empresa fechando; isto é certo”, afirma Mário Gazin, fundador da rede de varejo que leva seu sobrenome. “Será uma perda muito grande”, lamenta. Com sede em Douradina (PR), o Grupo Gazin é um dos 15 maiores varejistas do País, com 225 lojas espalhadas pelas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte, mas conta também com uma financeira e seis fábricas, que produzem de móveis a colchões. No ano passado, faturou R$ 3,3 bilhões. Para se ter uma ideia do ritmo de crescimento, basta lembrar que, em 2009, a Gazin faturou, pela primeira vez em sua trajetória, R$ 1 bilhão.

 

Obcecado por metas, seu fundador Mário costuma espalhar cartazes com elas por toda a sede e premia aqueles que as entregam. Em 2016, porém, ele deve experimentar uma sensação nova. “Depois de 21 anos crescendo sem parar, este ano cairemos em faturamento e lucro”, explica, sem detalhar o tamanho da queda esperada.

 

As dificuldades da Gazin são um exemplo do que pequenos e médios varejistas enfrentam nesse momento. “As empresas com menos recursos estão mais vulneráveis à crise”, afirma Cláudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo). Parece uma afirmação óbvia, mas tamanho e saúde financeira não são, necessariamente, proporcionais. Tanto que a corrida dos pequenos e médios varejistas às consultorias se acentuou apenas nos últimos meses, quando a crise já estava mais do que clara. “A procura por ajuda cresceu nos últimos seis meses”, conta Eugênio Foganholo, presidente da Mixxer, consultoria especializada no setor.

 

Com informações do Financista.com.br

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