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Novos processos usam resíduos como material

Por Jeniffer Oliveira - 30 de Outubro 2017
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Encarar o resíduo como algo sem utilidade e que tem como destino o aterro sanitário já é algo ultrapassado. Resultantes de um determinado processo produtivo, os resíduos podem se transformar em matéria-prima no mesmo setor ou até mesmo para outros segmentos industriais.

 

O gerente de Meio Ambiente do Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Mauricy Kawano, afirma que o conceito de economia circular está cada vez mais presente. As indústrias não pensam mais em apenas extrair, produzir e descartar o que não serve. Com base nisto, as empresas passaram a enxergar maneiras de otimizar sua atividade e também economizar recursos, por meio da gestão de resíduos. Indústrias madeireiras e de móveis, por exemplo, encontraram na reciclagem e na formação de um novo produto a solução para os resíduos do processo produtivo, como partes de madeira que não foram aproveitadas.

 

O Sima (Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas) reuniu os associados para pensar no destino dos resíduos produzidos por eles. A partir disto, nos anos 2000 foi criada uma central de aproveitamento deste material, chamada de Cetec. Ela foi transformada posteriormente em uma empresa, que tem forte atuação no mercado. A Cetec pode ser contratada para fazer a limpeza na fábrica, para recolher e separar os resíduos do setor moveleiro, e ainda pode comprar este material recolhido.

 

“Existia uma demanda em relação à 200 toneladas de resíduos de madeira por dia. A central foi montada para atender empresas moveleiras da região e, a partir disto, produzir briquetes - combustíveis que podem ser usados para alimentar caldeiras, por exemplo”, esclarece José Roberto Pontalti Junior - diretor da Cetec, que logo se tornou uma oportunidade de negócio. Hoje a empresa atua principalmente na parte do sul de São Paulo e nas regiões norte e central do Paraná. “Nossos clientes são basicamente do ramo alimentício. Temos bons parceiros que compram o nosso produto”, salienta Pontalti Junior.

 

“A economia circular gera economia com a gestão de resíduos e em outras partes do processo. Até mesmo pode levar a outras oportunidades de negócios, o que gera empregos e pode mudar a vida das pessoas em torno disto. É preciso lembrar que a sustentabilidade é um tripé com fatores sociais, econômicos e ambientais”, pontua Kawano.

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