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Salvem as Pessoas… Físicas e Jurídicas!

Por Edson Rodrigues - 10 de Abril 2020
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Começo esse artigo pedindo licença para me apresentar! Me chamo Guilherme Baldacci. Sou carioca e já fiz dezoito mudanças de cidade em meus quase quarenta e nove anos de idade, sendo uma delas para morar dois anos fora do Brasil. Nasci em uma família de cultura e origem italiana e Cristã, onde cresci ao lado de três irmãos. Sou casado há mais de vinte anos com uma fantástica parceira de batalhas diárias e temos dois filhos, uma menina com onze e um menino com nove anos.

Decidimos, há cinco anos, buscar melhor qualidade de vida e fixamos residência em uma pequena cidade há pouco mais de cem quilômetros da capital paulista. Nos últimos 29 anos de vida trabalhei no setor de varejo e segui o caminho do empreendedorismo no segmento de desenvolvimento de competências profissionais para pessoas, físicas e jurídicas, que querem melhorar o desempenho e aumentar produtividade.

Sabe o que tudo isso significa? Que sou uma pessoa comum! Sou semelhante a todos que estão lendo esse artigo agora. Estou passando por esse novo cenário mundial com angústias e incertezas em meu distanciamento social… como toda humanidade, estou aprendendo e transformando meus hábitos e costumes a cada dia que inicia. Sofro com as incertezas do que vem por aí! Também significa que não sou um oráculo, com respostas certas para pessoas saberem viver no Mundo D.C. (depois do Coronavírus). Isso posto, vamos ao artigo!

A missão da humanidade nesse momento é salvar pessoas! Temos que salvar as pessoas físicas que contraírem o COVID-19 e temos que salvar as pessoas jurídicas também. Como não tenho competência alguma na área de saúde, só me resta ajudar gestores de negócios a salvarem suas pessoas jurídicas e, consequentemente, salvar a maior quantidade de posições de trabalho das pessoas físicas!

Tenho escutado muitas pessoas se questionando sobre “como vão sair dessa”! Meu propósito nesse artigo é mudar radicalmente esse questionamento… é propor aos leitores que se perguntem agora e comecem a agir imediata e rapidamente sobre o seguinte ponto: “Como vamos entrar nessa!”. Como vamos entrar nesse Novo Mundo D.C.?

Durante as últimas semanas, tenho participado de diversas “lives” e webinars, escutado gestores e líderes de diversos setores, e a única mensagem comum em todos esses eventos é que ninguém poderá ser a mesma pessoa no novo e desconhecido mundo que está por vir logo mais. As pessoas jurídicas, traduzidas em Marcas, terão que se transformar… mais que uma transformação digital para que possam vender à distância, as marcas terão que transformar sua relação com as pessoas físicas, principalmente aquelas que fazem a marca ser o que se propõe!

Muitos varejistas acreditam que suas marcas são fortes devido às estratégias de marketing/vendas, qualidade de seus produtos, preços competitivos, localização dos PDVs etc. Todos esses elementos são importantes, mas a força de uma marca é diretamente proporcional à qualidade de seu “vendedor” mais fraco. Não estamos falando de fraqueza em resultados de venda. Estamos falando de fraqueza na entrega da proposta de valor.

Nem sempre quem vende muito, vende bem. As marcas precisam de pessoas que façam a conexão emocional entre as pessoas: pessoa física “vendedor”, pessoa física “cliente” e Pessoa Jurídica “marca”. O resultado dessa conexão é a verdadeira causa de sucesso das marcas e, consequentemente, maiores chances de sucesso nas vendas.

Durante a última edição da NRF, pudemos perceber que já havia um significativo movimento das empresas no sentido de valorizar as pessoas e transformar a cultura organizacional em um modelo centrado em suas respectivas equipes. Vimos empresas redefinindo o papel de seus “vendedores”, transformando-os em verdadeiros embaixadores da marca que tem como missão entregar uma proposta de valor ao cliente pautada na conexão emocional. Entendemos que o caminho do sucesso das empresas passa obrigatoriamente por líderes capazes de engajar cada membro do time na missão de conectar emocionalmente as pessoas e tornar as marcas mais humanas. No Novo Mundo D.C. esse movimento, certamente, será intensificado.

Outra macrotendência que vimos na NRF 2020 foi a valorização da loja física como garantia de excelente experiência na última milha da jornada de compra do cliente, mesmo que essas jornadas tenham cada vez mais participação de e-commerce, m-commerce ou voice-commerce. Mais uma vez enxergamos o papel fundamental das pessoas físicas no fortalecimento da marca e na conexão emocional com o cliente.

Também vimos a importância de se ter dados para se definir ações, sejam elas operacionais, táticas ou estratégicas. Tive oportunidade, durante study tour no mercado novaiorquino, de conhecer diversas lojas ultra modernizadas no que tange ao uso de sensores tecnológicos de monitoramento do que acontece no “salão de vendas”, mas também tive a oportunidade de conhecer o modelo de geração de dados da Zara… usando simplesmente informações captadas pelo time de vendas, durante atendimentos, e informações transacionais dos caixas. Essa experiência da Zara demonstra que podemos “entrar nessa”, redefinir nossas operações de loja para o Mundo D.C., utilizando a tecnologia mais antiga e fundamental do varejo: as pessoas!

Agora é hora de tomar decisões importantes para “entrar nessa”! É o momento de repensar a empresa!

Tive um gestor que influenciou muito minha cultura de liderança. Ele dizia que “uma empresa é a soma das histórias das pessoas que trabalham nela”. Usando esse exemplo, sugiro que as decisões de reorganizar sua operação de loja iniciem com o tema “pessoas”.

Para finalizar esse artigo, e te apoiar a “entrar nessa”, coloco abaixo alguns pontos que podem ser importantes no salvamento de pessoas jurídicas e pessoas físicas:

  • Conheça mais sobre as pessoas que compõem seu time. As experiências pessoais e “metas pessoais” delas devem estar alinhadas com seu propósito de atuação;
  • Salve o máximo de posições de trabalho e, consequentemente, de pessoas físicas;
  • Qualifique as pessoas de seu time nesse momento para que entrem no “novo Mundo D.C.” fortalecendo a marca e fazendo conexão emocional com as pessoas-clientes;
  • Mobilize os líderes, principalmente aqueles que atuam nas lojas, para que sejam inspiradores e tenham foco no fortalecimento da marca (desenvolvendo cada pessoa do time para entrega plena da proposta de valor);
  • Crie ferramentas simples de captação de dados sobre tudomo que acontece na loja. Caneta e papel podem ser as tecnologias mais adequadas, quando a equipe está engajada e o líder é mobilizador de pessoas.

O varejo é o maior gerador de posições de trabalho do mercado! Vamos “entrar nessa” missão de salvamento! Transforme-se como pessoa física, ajude a salvar pessoas jurídicas e, assim, salvaremos muitas pessoas físicas no Novo Mundo D.C.

 

Artigo de Guilherme Baldacci, sócio-diretor da GS&Friedman, empresa do Grupo GS& Gouvêa de Souza. Baldacci possui mais de 25 anos de carreira focada no varejo e ampla vivência em gestão de operações em empresas de franchising e consultoria.

 

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