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Sindmóveis prevê crescimento de 4% para polo de Bento Gonçalves

Por Natalia Concentino - 07 de Janeiro 2021
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O setor moveleiro tem boas perspectivas para 2021 e a expectativa do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) é um crescimento de 4% em termos reais no cenário base. Em termos nominais (sem descontar-se o aumento dos custos, inflação do período, etc), está sendo projetado um crescimento de 9% no faturamento do polo moveleiro de Bento Gonçalves, que engloba também os municípios de Monte Belo do Sul, Santa Tereza e Pinto Bandeira.

O presidente do Sindmóveis, Vinicius Benini, salienta que a pandemia causou uma forte desorganização da cadeia produtiva gaúcha, com redução da produção, escala e forte queda de estoques. Embora o volume de vendas no varejo de móveis no Brasil tenha reagido fortemente nos últimos meses, a produção não conseguiu acompanhar essa evolução.

Ele reforça que as vendas se recuperaram de modo mais rápido do que a produção em um cenário de estoques em baixa e pela alta de preço dos insumos dolarizados, o que freia uma recuperação mais consolidada. Ou seja, há um descompasso entre oferta e demanda. “Existem pedidos ainda parados em função da falta e alta nos preços de insumos e embalagens. Além disso, deverá haver recomposição dos estoques no comércio, atualmente em baixa”.

Mesmo sem a consolidação de dados referentes ao ano de 2020, que serão acessíveis nas próximas semanas, informações já disponíveis como o Índice de Preços por Atacado da Fundação Getúlio Vargas (FGV) acumulam alta superior a 30% no preço das matérias-primas de janeiro a novembro.

Antes da pandemia, a projeção era de que o ano de 2020 seria de forte crescimento para o setor moveleiro, que foi um dos setores mais impactados pela instabilidade e crise econômica dos últimos anos. Janeiro e fevereiro iniciaram de modo positivo, mas a pandemia do coronavírus atingiu em cheio o setor.

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O auge da crise na indústria moveleira do Rio Grande do Sul ocorreu entre março e maio do último ano. Esses meses concentraram as piores quedas no faturamento, produção e exportações para as indústrias. Foram os piores meses da história da indústria moveleira, que sofreu mais do que a média geral da indústria de transformação. A partir de junho, o setor iniciou uma reação que perdurou nos meses seguintes, resultando em uma retomada nos níveis de emprego, produção e exportações pré-pandemia no fim do terceiro trimestre.

Conforme o economista Eduardo Santarossa, do setor de Inteligência Comercial do Sindmóveis, as razões para tal recuperação passam pela gradual retomada das atividades após as medidas mais intensas de restrições a produção e circulação de pessoas, além da demanda reprimida por móveis e sua rápida recuperação. “Novos hábitos impulsionaram a procura por móveis e as indústrias moveleiras rapidamente adaptaram-se ao novo cenário. Além disso, como é sabido, as medidas emergenciais do governo auxiliaram na manutenção do consumo”, avalia.

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