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Todeschini decide ficar no sul

Por Daniela Maccio - 14 de Abril 2016
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O desaquecimento da economia e o impacto da desvalorização do real sobre o preço de equipamentos importados exigiu uma nova análise nos investimentos da fabricante de móveis Todeschini. Em 2014, a empresa anunciou planos de construir uma fábrica de MDP, mas agora suspendeu o projeto. Além disso, a ampliação prevista da planta principal da empresa em Bento Gonçalves será feita em etapas, enquanto a implantação de uma serraria voltada à produção de tábuas de pinus para exportação será acelerada.

 

Dona das marcas Todeschini, Italínea, Carraro, Criare, Avantti e Morata, a fabricante apurou receita bruta de cerca de R$ 800 milhões em 2015 e espera repetir o desempenho este ano, disse o presidente João Farina Neto, ao Valor Econômico. Mesmo assim, “o recuo de 20% em relação ao nível de faturamento de 2013, antes do tombo da economia, e a incerteza sobre os rumos do mercado neste ano, justificam a cautela”, explicou o empresário.

 

Conforme Farina Neto, os principais fatores decisivos para o congelamento do projeto da fábrica de MDP, que foi projetada para suprir as linhas da própria Todeschini, foram: a diminuição do consumo da matéria-prima pela empresa, de 16 mil para 12 a 13 mil m³ mensais e a desvalorização do real. Os equipamentos necessários para a unidade são importados e o investimento chegaria a US$ 100 milhões, ou cerca de R$ 260 milhões a R$ 280 milhões pelo câmbio da época. Hoje, com o dólar em torno dos R$ 4, "fica inviável", explicou Farina Neto.

 

A primeira etapa da expansão da fábrica, que deve ser concluída em dois anos, terá investimento de R$ 80 milhões e a empresa pretende financiar metade deste valor. Já a segunda fase vai depender da recuperação do mercado. Enquanto aguardava liberação de licença ambiental, a Todeschini recebeu ofertas de benefícios fiscais para levar a produção correspondente à expansão para Alagoas. A transferência acabou não ocorrendo, mas Farina Neto explicou que agora a empresa está pensando em, no futuro, "colocar um pé" Nordeste, com uma possível fábrica para produzir móveis de marcas mais "básicas" como Carraro, Morata e Italínea. "Mas por enquanto não temos prazos, estamos só analisando a situação", disse.

 

Agora, o que deve sair mais rapidamente do papel, em cerca de um ano e meio, é a implantação de uma serraria, em Cachoeira do Sul, onde a Todeschini tem 10 mil hectares de florestas plantadas. O investimento será da ordem de R$ 40 milhões, preferencialmente com recursos próprios, e a unidade vai produzir tábuas para os mercados americano e asiático. Os resíduos do corte da madeira, que deveriam abastecer a fábrica própria de MDP, serão agora vendidos para terceiros.

 

Com informações do Valor Econômico

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