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Até onde vai a ousadia da Amazon em espionar os consumidores?

Revisado Natalia Concentino - 08 de Agosto 2022
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O robô aspirador autônomo é capaz de mapear a planta e os móveis da casa

A compra do iRobot, empresa famosa por criar robôs que limpam a casa sozinhos, pela Amazon, pode parecer mais uma notícia de aquisição comercial comum. No entanto, em uma nova reportagem o portal The Verge chama atenção para certas particularidades da transação.

 

Há uns meses, o CEO da iRobot havia anunciado em entrevista que a última atualização de software do Roomba faria com que ele tivesse um conhecimento mais aprofundado do mapa da casa e dos hábitos das pessoas. O robô, ao invés de bater nas paredes constantemente, é capaz de memorizar onde os móveis e objetos de decoração estão, de modo a eventualmente não colidir com nada.

 

De acordo com a reportagem, esse tipo de informação é uma mina de ouro para uma empresa que tem como principal objetivo vender coisas. A Amazon poderá agora, através de dados, ver dentro de casa. Ela vai saber onde é a cozinha, onde o quarto dos seus filhos estão, que tipo de móveis a casa tem, que obras a pessoa está fazendo, e muito mais.

 

Segundo a diretora da divisão Alexa Smart Home, Marja Koopmans, a próxima fronteira na inteligência artificial não é mais informação, e sim mais contexto. O iRobot OS fornece um pouco desse contexto e, como é baseado em nuvem, pode compartilhar facilmente as informações com outros dispositivos.

 

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“Conseguimos entender a expressão ‘vá para a cozinha e me traga uma cerveja’. Mas se eu não sei onde fica a cozinha, e não sei onde fica a geladeira, e não sei como é uma cerveja, realmente não importa se eu entendo suas palavras.”

 

Agora, a Amazon possui quatro marcas de aparelhos domésticos inteligentes, além da Alexa. A empresa de Wi-Fi em malha Eero, a empresa de câmeras econômicas Blink e a empresa de segurança doméstica Ring, com a qual a gigante do e-commerce já se envolveu em polêmicas de abuso no compartilhamento de dados dos usuários com a polícia, sem consentimento.

 

Por enquanto a Amazon ainda não tem a confiança do público para ganhar acesso irrestrito à casa das pessoas da forma que a empresa quer, mas isso não tem impedido Jeff Bezos de tentar.

 

(Com informações Yahoo)

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