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Indicadores revelam piora da cadeia moveleira neste ano

Revisado Natalia Concentino - 29 de Setembro 2022
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Produção física teve variação negativa acumulada de 19,1% quando confrontado com idêntico intervalo de 2021

De janeiro a julho de 2022 o comportamento dos móveis oscilou da mesma forma que um eletrocardiograma. Enquanto o aumento da receita nominal das vendas no varejo foi de 5,2% - por conta do realinhamento de preços das indústrias – o volume comercializado no mesmo período decresceu 9% e a produção física teve variação negativa acumulada de 19,1% quando confrontado com idêntico intervalo de 2021. Para efeito de comparação, a indústria de transformação teve encolhimento de 2% na produção nesse ano. 

 

Dois polos dinâmicos espelham a realidade vivida no setor quando se trata de produção física de móveis: o Paraná recuou 14,5% no acumulado janeiro-julho sobre igual espaço de tempo do ano passado, e o Rio Grande do Sul, que encolheu 15,1%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal elaborada pelo IBGE. No acumulou em 12 meses encerrados em julho, a queda foi de 19,9% em relação aos 12 meses imediatamente anteriores.

 

Foi o maior índice apontado para o intervalo de 12 meses entre os 26 setores que fazem parte do levantamento feito pelo IBGE, ficando à frente de atividades como a produção têxtil (-14,1%), material elétrico (-12,7%) e material plástico (-9,2%). Na média do setor industrial brasileiro, a retração ficou em 3,0%, enquanto a indústria de transformação teve diminuição de 3,2%.

 

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A indústria de transformação iniciou 2022 com crescimento acumulado em janeiro de 3,5% sobre os 12 meses anteriores. A partir de abril a direção foi invertida e desde então vem decaindo mensalmente de forma consistente. Essa taxa, no entanto, está longe do ambiente de recessão econômica dos anos 2015/2016, quando o desempenho oscilou entre 6% e 10% negativos por longos 22 meses.

 

Já a performance do setor moveleiro mantém-se desfavorável desde o início de 2022, com taxas acima de dois dígitos na maior parte do ano para o intervalo de 12 meses em relação aos 12 meses imediatamente anteriores. Maio, junho e julho, por exemplo, encostaram na marca de 20% de contração, os maiores níveis registrados em uma década e superiores aos índices verificados na recessão de 2015/2016.

 

*Por Guilherme Arruda, jornalista convidado

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