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Indústria colchoeira avança com política ESG da Abicol

Revisado Natalia Concentino - 08 de Novembro 2023
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Imagem: Freepik

A Abicol elaborou sua Política ESG com o propósito de impulsionar a produção sustentável de colchões no Brasil. Além de orientar a indústria para se adaptar às mudanças globais, a política prioriza a saúde, o bem-estar e a inclusão social.

 

A Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol) lançou, em 24 de outubro deste ano, sua Política ESG com o objetivo de orientar, em todo o território nacional, a produção e comercialização de colchões de maneira ambientalmente responsável, socialmente inclusiva e economicamente viável. 

 

A Política ESG da Abicol adota uma abordagem estratégica que beneficia o setor, preparando as empresas brasileiras de colchões para antecipar-se às novas normas governamentais e adequá-las às mudanças comportamentais dos consumidores e ao cenário produtivo global. No entanto, essa política não beneficia apenas o setor; a entidade também se preocupa em colaborar para um mundo mais sustentável, saudável e socialmente justo.

 

Segundo Rodrigo de Melo, presidente da Abicol, dessa forma a entidade pretende contribuir ativamente para a melhoria da saúde e bem-estar das pessoas, promovendo a sustentabilidade urbana e fortalecendo parcerias globais para o desenvolvimento sustentável.

 

“A Política da Abicol está entre as ações pioneiras no contexto ESG no Brasil, estabelecendo a meta de posicionar o setor de colchões na vanguarda da economia circular e das melhores práticas sociais e de governança”, afirma Rodrigo, lembrando que o que a torna viável é o fato de estar sendo moldada em colaboração com os associados da entidade. 

 

“Essa abordagem colaborativa não apenas simplifica a implementação da política, mas também estimula uma valiosa troca de experiências entre os membros, promovendo um aprendizado mútuo”, emenda Luís Fernando Ferraz, presidente da comissão de Sustentabilidade.

 

Além disso, a Política ESG da Abicol está alinhada com as demandas e o cenário mundial, incorporando uma visão global que reflete as melhores práticas adotadas internacionalmente. Para garantir sua relevância e eficácia, a Abicol não apenas olhou para dentro, mas também buscou insights valiosos através de trocas com institutos internacionais e a colaboração com associações colchoeiras de países como EUA e nações da União Europeia, o que permitiu uma ampla gama de perspectivas, enriquecendo a política com abordagens diversificadas e bem-sucedidas observadas globalmente. Essa abordagem inclusiva e internacional reforça o compromisso da Abicol em liderar o setor de colchões rumo a um futuro mais sustentável e socialmente responsável.

 

A Política ESG Abicol foi desenvolvida com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que integram a Agenda 2030 e consistem em um conjunto de 17 objetivos inter-relacionados para proteger o planeta e garantir paz e prosperidade para a humanidade. “Com a participação dos associados, escolhemos cinco destes objetivos para serem priorizados nesta primeira fase de implantação da política”, lembra Luís Fernando.

 

Na dimensão ambiental, a política enfoca a inovação sustentável na indústria de colchões, promovendo produtos e processos ecologicamente responsáveis, como colchões recicláveis e produção com redução de resíduos. Estimula parcerias para soluções sustentáveis, reduzindo o uso de recursos e emissões de gases. Prioriza materiais de baixo impacto, investimento em pesquisa para eficiência energética e promove descarte responsável de colchões usados, visando reduzir a poluição e incentivar a reciclagem. Indica que a indústria pode adotar a Inovação Aberta, compartilhando ideias e tecnologias para promover a sustentabilidade, o que envolve o compartilhamento de práticas, a participação em fóruns e a colaboração em pesquisas.

 

Na dimensão social, a prioridade é a saúde e o bem-estar dos consumidores. As metas incluem educar, fornecendo informações acessíveis sobre a importância do sono de qualidade, orientando sobre escolhas de colchões e substituição dos antigos, além de promover a conscientização sobre dormir o suficiente para prevenir doenças e acidentes. Além disso, a inovação em conforto e suporte ao corpo também é priorizada por meio de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, com o objetivo de melhorar a qualidade do sono dos usuários.

 

Já na dimensão da governança da Política ESG da Abicol, são estabelecidos objetivos como a busca por colaborações e parcerias com diversas entidades para projetos sustentáveis, como pesquisa conjunta e responsabilidade social. Adota uma estrutura de governança transparente, estabelecendo que as metas de sustentabilidade sejam mensuráveis e que haja relatórios regulares sobre seu progresso. Indica que a indústria estabeleça parcerias estratégicas e engajamento de stakeholders, garantindo simultaneamente a segurança dos trabalhadores, a promoção da diversidade e inclusão, e colaborando com comunidades locais em projetos sociais e desenvolvimento sustentável.

 

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Quanto a implementação, o presidente da entidade, Rodrigo de Melo, afirma que estão lançando uma política factível: “a Abicol está ciente que a política vai ser tocada pelos colaboradores da indústria. Vamos preparar nossos times para que a política possa ser bem executada por todos da indústria colchoeira”. Ele acrescenta que “o caminho é implementar gradualmente, começando pelo básico”. E conclui dizendo que “a pauta ESG é uma questão que preocupa o setor colchoeiro de muitos países; muitas mudanças estão por vir. Estamos no momento oportuno, dentro daquilo que o contexto exige de forma executável.” 

 

Para muitos associados, a política representa uma jornada para todo o setor. O presidente da comissão de Sustentabilidade da Abicol, Luís Fernando Ferraz, esclarece que o documento não é imutável; ele é adaptável e deve ser aprimorado de acordo com as demandas e inovações. Ele explica que a associação, com o auxílio de consultores, pretende guiar as empresas associadas, facilitando a implementação de boas práticas ambientais, relatórios de governança e o engajamento com a sociedade.

 

A primeira ação neste sentido, foi a realização de workshop com a facilitadora da ONU e especialista em ODS, Debora Regina Irie, realizado no mesmo dia do lançamento da política. Agora os associados estão em fase de adesão e de elencar ações que já são realizadas em suas indústrias e que contemplem aspectos da política. Mas a política é aberta a indústrias não associadas que queiram aderir. 

 

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