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Venda de móveis fecha 2016 com queda de 9,9%

Por Daniela Maccio - 14 de Fevereiro 2017

Em dezembro de 2016, o volume de vendas do Comércio Varejista nacional recuou 2,0% na comparação com o mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. Nesse mesmo confronto, a variação da receita nominal foi de -2,1%. Para o volume de vendas, a queda registrada em dezembro ocorreu após avanço de 1,0% no mês anterior. Assim, o indicador de média móvel sai da relativa estabilidade registrada no trimestre encerrado em novembro (-0,1%) e volta a registrar taxa negativa em dezembro (-0,5%). Mesmo movimento foi observado para a variação da receita nominal (de -0,2% para -0,7%).

 

Na série sem ajuste sazonal, o total das vendas assinalou queda de 4,9% em relação a dezembro de 2015, vigésima primeira taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Com isso, os resultados para o volume de vendas foram negativos tanto no quarto trimestre de 2016 (-5,5%), como para o fechamento do ano (-6,2%). A receita nominal, para essas mesmas comparações, manteve-se positiva, com variações de: 2,0% frente a dezembro de 2015 e 4,5% para o acumulado no ano. Com queda acumulada de 12,6% em dezembro de 2016, frente ao ano anterior, o setor de Móveis e eletrodomésticos registrou recuo menos acentuado do que no fechamento de 2015 (-14,1%), contribuindo com o segundo maior impacto negativo na taxa anual do comércio varejista.

 

Com uma dinâmica de vendas associada à disponibilidade de crédito e a evolução dos rendimentos, o resultado do setor, abaixo da média geral, foi influenciado principalmente pela elevação da taxa de juros nas operações de crédito às pessoas físicas e pela queda da massa real de rendimentos.

 

Móveis cai 9,9% em receita de vendas

O IBGE pesquisa as vendas do varejo através do volume e da receita. Consideramos a variável “receita nominal de vendas” mais importante porque é ela que define a quantidade de dinheiro investida na compra de móveis. E neste caso, considerando a pesquisa de 2016, nota-se que o volume de vendas caiu 12,1% enquanto a receita recuou menos: 9,9% no ano. Independente de volume ou receita, os piores resultados ocorreram nas regiões Sudeste e Nordeste, não por acaso, as duas que vinham puxando para cima as vendas até a crise que começou no segundo semestre de 2013. O principal mercado – São Paulo – registrou queda de 10,1% em volume e de 9,5% em receita nominal. O segundo maior mercado da região – Rio de Janeiro – registrou vendas bem piores: -19,2% em volume e -17,5% em receita. Para completar, Minas gerais registrou -12,5% e -6,8% e o pior resultado em todo o Brasil foi registrado no Espírito Santo com queda de 34,2% em volume e de 32,8% em receita nominal.

 

No Nordeste o tombo foi ainda maior. Os três principais mercados – Bahia, Pernambuco e Ceará – registraram quedas. A maior foi em Pernambuco com -30,4% em volume e -27,8% em receita nominal. Na mesma base de comparação, a Bahia recuou 14,5% e 13,4%, respectivamente. O Ceará fechou o ano com recuo de apenas 1,9%, verificando-se uma leve alta nas vendas de dezembro na comparação com o mesmo de 2015 (0,5%). As vendas de móveis em 2016 só não foram piores porque dois estados da região Sul – Paraná e Santa Catarina, passaram o ano no positivo e fecharam com alta de 11,3% e 3,5%, respectivamente em volume e de 16,3% e 4,7%, em receita nominal. É verdade que os resultados foram ruins, mas é importante observar que os resultados foram menos piores do que em 2015. Naquele ano o volume de vendas caiu 16,2% e a receita nominal de vendas fechou com queda de 11,6%.

 

Para este ano a previsão do estudo de mercado Gold Map, do Intelligence Group, é de alta de 8% em receita de vendas e de 6,5% em volume de vendas em relação ao ano passado. É uma previsão otimista, mas é bom considerar que as perdas acumuladas entre 2013 e 2016 alcançam mais de 27% em volume. Portanto, considerando-se a expansão de 8% este ano, ainda vamos demorar mais dois anos, pelo menos, para recuperar apenas as perdas dos últimos quatro anos.

 

 

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