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Compra de móvel dá investimento florestal como “cashback”

Por Natalia Concentino - 11 de Setembro 2020
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A cultura do cashback já vem se firmando no Brasil há um tempo. O cliente vai lá, compra um produto, na loja ou pela internet, e ganha um valor de recompensa que geralmente é crédito para novas compras. A empresa de plantação de florestas Radix e o marketplace de móveis e objetos de designers autorais Fubbá Objetos Inteligentes também aderiram à estratégia, mas de um jeito diferente: ao invés de dinheiro, o cliente que comprar algum item selecionado pela Fubbá receberá um título florestal que equivale a R$ 500.

O título florestal é um papel de dívida emitido pela Radix que dá ao portador o direito de, lá na frente, quando as árvores que a empresa planta (no caso, do tipo mogno africano) forem podadas e vendidas, receber dinheiro pelo papel. É, na prática, um investimento de longo prazo, uma vez que o ciclo de plantação e corte leva ao menos 15 anos. Mas, para quem for paciente, o retorno também é bom: o equivalente a 12% ao ano, segundo a Radix.

Fazem parte da campanha 30 produtos com selo verde, que são vendidos pela Fubbá. São 30 itens selecionados cujos valores variam de R$ 1.490 a R$ 13.200. Ao adquirir um, o cliente recebe, então, o Eco$, como as empresas chamaram o cashback sustentável. A ideia é não apenas vender, mas estimular a cultura do investimento sustentável e da preservação ambiental.

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“O cashback verde tem ainda mais valor pela experiência em saber que aquele produto que está na sua casa também está propiciando o cultivo de árvores e a biodiversidade em uma floresta, além de contribuir para uma economia de baixo carbono”, avalia Thiago Campos, sócio da Radix, empresa especializada no plantio comercial de Mogno Africano.

Em um cenário de pandemia, em que consumo consciente e preocupação ambiental ganharam força, as duas empresas se aproximaram para inovar e estimular a economia circular. A maioria dos 30 produtos dentro do programa de cashback da Fubbá é feita com madeira de reflorestamento ou de reuso.

“É um modelo inédito. Além de adquirir um bem durável de qualidade, a pessoa participa de um ecossistema virtuoso, já que as árvores concedem matéria-prima para a produção de peças”, diz Henrique Gomma, cofundador do Fubbá, marketplace de designers autorais brasileiros.

O mogno africano, espécie principal do plantio da Radix, é conhecido como 'novo ouro verde'. A árvore nobre atinge o ponto de comercialização entre 15 e 20 anos e tem expectativa de rendimento de 12% ao ano, o que resulta na multiplicação do investimento de seis a oito vezes. Assim, o retorno de cada aplicação de R$ 500 será de R$ 3 mil a R$ 4 mil, montante que, muitas vezes, compensa o valor da própria peça adquirida. Mas é preciso, claro, ter paciência.

A madeira do mogno africano é usada na construção civil, construção naval, design de interiores, confecção de móveis e instrumentos musicais.

“A gente brinca que o Eco$ é mais do que um cashback: é um 'investment back'. Queremos deixar um legado para futuras gerações, inspirar pessoas e empresas com os mesmos valores a participarem desse movimento de busca por uma vida melhor”, diz Gomma, que aposta na tendência de recompensa sustentável.

(Com informações do Valor Investe)

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