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Aplicar antidumping pode afetar o preço de tecidos para colchão

Por Ari Bruno Lorandi - 11 de Agosto 2022
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A análise dessa medida passará em breve pela decisão oficial de interesse público da SDCOM (Ministério da Economia)

Em 31 de julho de 2020, a Associação Brasileira de Produtos de Fibras Artificiais e Sintéticas (Abrafas) protocolou petição de início de investigação de dumping nas importações brasileiras de fios texturizados de poliéster, quando originárias da China e da Índia. De acordo com as informações apresentadas à Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, a Abrafas apresentou a petição para início de investigação de dumping e de dano em nome das empresas Unifi do Brasil Ltda. e Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco, denominada Citepe. Foram apresentadas ainda manifestações de apoio de duas empresas que produziriam filamentos texturizados de poliéster, a Antex Ltda. e a Dini Têxtil Indústria e Comércio Ltda. As quatro empresas responderiam por 100% da produção nacional.

 

O fio de poliéster é, atualmente, a matéria-prima têxtil mais utilizada no mundo, já que suas características físicas e de conforto lhe conferem propriedades fáceis de se trabalhar em tecelagens e malharias, sendo utilizada na fabricação de roupas, artigos esportivos, aviamentos, tecidos para decoração, revestimentos automotivos, calçados entre outros.

 

Agora o Sinditec (Sindicato das Indústrias Têxteis de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré) emitiu Nota de Repúdio, manifestando-se contra a aplicação de direitos antidumping sobre as importações de fios texturizados de poliéster. A nota afirma que “o fio de poliéster é o mais utilizado e consumido em produtos das classes menos favorecidas, servindo como balizador de preços de todo o mercado. Desta forma, um acréscimo em seu preço inevitavelmente influenciará a precificação dos fios de algodão, viscose, poliamida etc. Se o direito antidumping for efetivamente imposto, apenas quatro empresas brasileiras se beneficiariam da medida, que hoje não atendem nem 25% da demanda doméstica dos fios de poliéster”. 

 

Ainda segundo a manifestação do Sinditec, “estima-se que esse dumping protegeria cerca de 500 empregos, em detrimento de mais de 1,4 milhão de empregos ofertados por toda a cadeia”. 

 

leia: A China já foi a fábrica do mundo, mas a hegemonia está ameaçada

 

A análise dessa medida passará em breve pela decisão oficial de interesse público da SDCOM (Ministério da Economia). Por isso o Sinditec quer ser ouvido pela área de interesse público, mostrando os impactos negativos para toda a cadeia têxtil. 

 

O Sinditec está atuando ativamente nesse processo e tomando todas as medidas possíveis pela não aprovação do antidumping. “Pedimos o apoio das empresas para que assinem com urgência uma petição online contra a aplicação do direito antidumping”, reitera a nota. 

 

Além dos consumidores diretos do fio (revendedores, malharias e tecelagens), podem assinar essa petição todas as empresas possivelmente afetadas pela medida, como confeccionistas e varejistas. 

 

A Abicol, que representa os interesses do setor colchoeiro, se manifestou a favor do pleito do Sinditec. Veja abaixo a integra do manifesto da Abicol.

 

 

 

Se quiser aderir ao manifesto e assinar a petição online  

 

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