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Será o fim dos berços?

Por Daniela Maccio - 01 de Março 2017
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O estado americano de Nova Jersey é o primeiro do país a adotar um programa de distribuição de caixas de papelão, que servem como berços, a famílias de recém-nascidos. A ideia surgiu na Finlândia na década de 1930 e vem se espalhando pelo mundo como uma maneira de reduzir a mortalidade no primeiro ano de vida do bebê. A chamada Síndrome da Morte Súbita Infantil, que ocorre quando um bebê aparentemente saudável morre sem explicação, normalmente durante o sono, já foi relacionada em pesquisas à forma com que o bebê dorme. Será que vemos um substituto dos berços para bebês?

 

Em países como o Reino Unido, a indicação clara é de que o bebê deva ser posto para dormir de barriga para cima, em um colchão relativamente firme e sem a presença de itens como bichos de pelúcia. A caixa de papelão pode ser também útil para se ter o bebê próximo, sem a necessidade de que seja posto para dormir na cama com os pais, outro fator de risco. Além do cuidado com o sono, o projeto tem como objetivo estreitar a ligação entre pais e o sistema de saúde.

 

A tradição é considerada crucial para que a Finlândia tenha uma das taxas de mortalidade infantil mais baixas do mundo: cada família, independentemente de sua origem, recebe gratuitamente uma caixa de papelão com presentes para seu bebê. A própria caixa pode ser usado como o primeiro berço, pois vem com um pequeno colchão. A ideia finlandesa está se disseminando no mundo e sendo introduzida em países como Índia, África do Sul, Inglaterra e Canadá.

 

O governo finlandês destacou estar consciente do interesse global em seu projeto e que, com frequência, oferece assessoria a outros países. Mas nem todo mundo está convencido de que a caixa é a melhor forma de ajudar. Colin Pritchard, professor da Universidade de Bournemouth, no Reino Unido, estuda mortalidade infantil e acredita que o sistema tem "sentido teoricamente", por dar ao bebê um local para dormir além da cama dos pais e poder reduzir os casos de morte súbita por asfixia. No entanto, acredita que o efeito é pequeno diante do panorama mundial da mortalidade infantil. 

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