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Indústria de móveis registra melhores índices no início de ano

Por Natalia Concentino - 24 de Fevereiro 2021
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2021 começou com o melhor índice de evolução do número de empregados em dez anos. O último mês de janeiro ficou com o melhor resultado dos últimos anos visto que as contratações superaram as demissões no primeiro mês do ano, alcançando os 51,3 pontos. Com isso, o emprego industrial acumula sete meses consecutivos de alta. E a indústria de móveis mostrou que se mantém numa crescente de empregos nos últimos três inícios de ano.

De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, as contratações da indústria em geral refletem a rápida recuperação no segundo semestre do ano passado. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 69%, o maior percentual para o mês desde 2014. A produção industrial seguiu o movimento típico do início de ano, desacelerou e caiu em relação a dezembro de 2020. O índice de evolução da produção ficou em 48,2 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que revela queda na produção.

 “A queda na atividade industrial foi mais forte na passagem de 2020 para janeiro de 2021 do que nos três anos anteriores. No entanto, a produção dos últimos meses do ano passado também esteve mais aquecida. O que percebemos é que, mesmo com a queda, a produção se mantém em nível relativamente elevado, o que explica a alta do emprego em janeiro”, explica Marcelo Azevedo.

A pesquisa analisa também a evolução da produção, a utilização da capacidade instalada, expectativas, estoque e investimentos e pode ser acessada clicando aqui.

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Dados do setor moveleiro

A Móveis de Valor aproveitou a pesquisa da CNI para fazer um recorte específico do setor moveleiro, encontrando dados muito interessantes sobre os últimos 11 anos.

Em relação ao número de empregados, janeiro de 2021 registra o maior índice dos últimos 11 anos, como pode ser observado abaixo:

NÍVEL DE ATIVIDADE
Nº de Empregados
jan11 jan12 jan13 jan14 jan15 jan16 jan17 jan18 jan19 jan20 jan/21
49,6 46,8 45,2 43,6 43,4 41,1 44,5 46,3 49,0 49,3 50,0

 

Quando se trata de produção, notamos que o mês de janeiro de 2020 também foi o melhor da década (que já vinha numa crescente desde 2017), atingindo 47,3 pontos, mas o índice de janeiro deste ano está bem próximo do índice anterior, porém ligeiramente menor, registrando 47,1 pontos.

NÍVEL DE ATIVIDADE
Produção
jan11 jan12 jan13 jan14 jan15 jan16 jan17 jan18 jan/19 jan/20 jan/21
41,5 41,8 39,9 39,7 36,7 30,3 39,1 41,0 45,3 47,3 47,1

 

Outro dado muito positivo é o Uso da Capacidade Instalada (UCI) – o único representado em percentual da pesquisa da CNI (os demais são índices que variam de 0 a 100) – que atingiu 69%, o melhor do mês de janeiro nos últimos três anos.

NÍVEL DE ATIVIDADE
Uso de Capacidade Instalada (%)
jan11 jan12 jan13 jan14 jan15 jan16 jan17 jan18 jan19 jan20 jan/21
72 75 68 68 66 59 64 64 63 68 69

 

Agora, preocupa o desânimo que vem sendo demonstrado pela indústria moveleira em relação à demanda e exportações neste início de ano. Quando falamos especificamente sobre demanda, vemos que há uma quebra no crescimento apresentado desde 2018, que pode ser observado no quadro abaixo.

NÍVEL DE ATIVIDADE
Expectativas - Demanda
jan11 jan12 jan13 jan14 jan15 jan16 jan17 jan18 jan19 jan20 jan21
55,6 56,7 52,5 50,4 45,0 38,0 48,8 54,8 60,1 60,5 51,0

 

Já as expectativas em relação à exportação diminuíram bastante em 2021, registrando apenas 56,7 pontos. O que parece controverso quando consideramos que esse é um ponto a ser explorado pela indústria de móveis, afinal, trata-se de uma oportunidade para expandir o mercado.

É interessante também observar a variação que o índice tem ao longo da década, com altos e baixos índices, entre os anos de 2011 e 2016. Ensaiou uma evolução entre 2017 e 2019, mas recuou novamente no início dos anos seguintes, como mostra o quadro abaixo:

NÍVEL DE ATIVIDADE
Expectativa - Exportação
jan11 jan12 jan13 jan14 jan15 jan16 jan17 jan18 jan19 jan20 jan21
41,3 48,4 46,9 44,2 52,8 55,0 50,9 56,5 64,0 61,5 56,7

 

 

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