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Moveleiro diz que desistir não é opção, mas governo deve ajudar

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Júlio César diz que águas invadiram sua indústria e destruíram matéria-prima e material pronto para entrega. Foto: Cristiano Wildner

Recomeçar é necessário, mas desistir jamais. Quem ensina é Júlio César Becker, empresário da região baixa de Venâncio Aires (RS). Júlio Cesar lembra com profunda tristeza da forma como as águas invadiram sua indústria e destruíram matérias-primas e móveis prontos para entrega. O empresário passou dias reconstruindo provisoriamente o empreendimento.

 

Documentos e arquivos da empresa também foram deteriorados e inúmeros maquinários necessitaram passar por completa revisão. 

 

A indústria foi afetada pela cheia do Arroio Castelhano, que saiu do seu leito, mesmo antes do Rio Taquari mudar a realidade de muitas cidades da região. O Castelhano, afluente do Taquari, inundou pelo menos oito bairros da Capital do Chimarrão, como Venâncio Aires é reconhecido.

 

Apesar da cheia ter interrompido de forma momentânea sonhos de empreendedores, muitos da mesma forma como Becker, querem recomeçar, mas agora fora da zona de inundação da cidade baixa de Venâncio Aires. 

 

Becker retornou de forma provisória ao prédio, mas outras instalações já estão no radar dele. Apenas em sua indústria, o prejuízo inicial está estimado em, pelo menos, R$ 200 mil. Lembra que os pequenos empresários suportaram sucessivas estiagens, pandemia e agora cheias históricas que acabaram por consumir a “gordura financeira que estava acumulada”, reflete.

 

Becker, que deixou de ser empregado para virar empresário, ficou abalado com a recente fúria das águas. Ele, que foi aprendiz de diferentes fábricas do município, abriu há 12 anos seu próprio negócio. 

 

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Apesar da Becker Móveis Sob Medida atender clientes em diferentes cidades do estado, pela primeira vez teve prejuízos que o deixam inquieto. Mesmo à noite, em casa, o recente pesadelo profissional é causa de preocupação. Ele é casado e pai. Porém, aos 51 anos, possui ainda outras responsabilidades.

 

Com Becker atuam jovens de 24 e 21 anos que encontraram na fabricação de móveis a realização pessoal e profissional. Por isso clama por ajuda mais direta dos governos. Crédito e suporte são opções citadas como fundamentais para o “novo momento da indústria da região”. 

 

Levantamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de Venâncio Aires informa que dos sete mil empreendimentos ativos, cerca de 520 empresas estavam em zonas de inundações.

 

Fonte: https://grupoahora.net.br

 

 

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