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O foco principal da Berlanda é crescer em Santa Catarina

Por Natalia Concentino - 13 de Maio 2019
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Empresário Nilso Berlanda é o Personalidade de Vendas ADVB 2019 (crédito: Mafalda Press, divulgação)

O empresário Nilso Berlanda, fundador e sócio da rede Berlanda de móveis e eletrodomésticos e de mais três indústrias, é o Personalidade de Vendas ADVB deste ano. A entrega do título será dia 13 de junho, na cidade de Curitibanos, onde fica a sede do grupo que tem 194 lojas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, oferece 2,5 mil empregos diretos e fatura cerca de R$ 60 milhões por mês. Nesta entrevista, o empresário que também é deputado estadual pelo PR e foi administrador regional de Curitibanos, conta como empreendeu, falta de expansão da empresa e outros temas.

O que representa esse prêmio para o senhor?

Recebi esse prêmio com muita alegria. Chega num momento em que a empresa está fazendo 28 anos. Estávamos programando uma festa em Curitibanos para os nossos colaboradores. O mérito desse prêmio é da equipe. O Berlanda, a Leoni, o Leonardo e a Aline (o casal e os filhos) fizeram a empresa, mas quem nos ajudou a chegar até aqui foram os nossos colaboradores e fornecedores. Agora, com o prêmio, a festa será para a equipe e convidados

Como começou a sua trajetória empresarial e como está o grupo hoje?

Nasci em Nova Itaberaba, então município de Chapecó. Quando comecei a trabalhar no Besc fui transferido para Curitibanos. Como fazia horário noturno, tive tempo durante o dia. E o meu irmão Vanderlei Berlanda (hoje sócio da concessionária Toyota) tinha comércio em Chapecó, aí nos usávamos a mesma logomarca. Ele atuava no Oeste e eu de Curitibanos até o Litoral. Depois ele criou a marca Base Lar e vendeu a rede dele para o Magazine Luiza. Aí nós entramos com toda a força também Oeste e hoje somos a maior rede em número de lojas de SC. Temos 194 lojas de móveis e eletrodomésticos, três indústrias e um posto de gasolina. As indústrias são a Móveis Curitibanos, que processa uma carreta de chapas por dia, a fábrica de colchões Berflex (que iniciou exportações para o Paraguai e Argentina) e a Estofados Catarina, que é dentro do presídio de São Cristóvão do Sul. É o destaque da empresa, que ganha prêmios pelo Brasil. É a fábrica que mais emprega detentos no Brasil, 300. Nós demos o nome Catarina em homenagem a parceria que temos com a Secretaria de Segurança do Estado. Os Estofados Catarina vendemos para grandes redes como Magazine Luiza, Quero-Quero, Mobile e Madeira e Madeira. Fazemos 400 jogos de estofados por dia.

Quais são os planos de expansão da rede Berlanda?

O foco principal da empresa é crescer em Joinville e Florianópolis. Eu vejo que Florianópolis tem um mercado grande, respeito meu concorrente daqui, o Koerich, mas está na hora de a gente colocar lojas na Ilha. E em Joinville, que é a maior cidade de Santa Catarina. Na época da Salfer (vendida para o Ricardo Eletro) tivemos três lojas lá, mas entendi que naquele momento não era o da Berlanda. A Ricardo está fechando lojas, é o momento de voltar para Joinville.

O varejo passa por muitas transformações, especialmente com vendas digitais. Como a Berlanda está trabalhando isso?

Existe uma preocupação de a gente estar recriando o nosso negócio. Ele ainda está muito ativo, com lojas de rua. Mas essas lojas são muito caras. Eu tenho alguns prédios próprios, mas tenho muito aluguel também. Por exemplo: para eu ter loja de mil metros no Centro de Florianópolis, o aluguel custa R$ 50 mil. Então eu faço uma grande loja ou alugada ou num prédio próprio na marginal da BR-101 na Grande Florianópolis, onde há um grande fluxo de pessoas, a exemplo de um atacarejo de alimentos. As pessoas podem passar lá e conhecer uma grande variedade de móveis e eletrodomésticos.

Então o senhor está iniciando uma rede de atacarejo de móveis e eletrodomésticos?

Sim. Para não chocar com a Berlanda, o nome é Atacadão de Fábricas. Temos uma loja em Biguaçu, bem em frente da Havan, e outra em São José, ao lado do Continente Park Shopping. Além disso, temos um posto de gasolina. O grupo, hoje, fatura em torno de R$ 60 milhões por mês, considerando as fábricas e o varejo. Só que eu sinto necessidade de inovar no e-commerce. Nós já tivemos e-commerce, mas nos deixou uma margem muito pequena. Desativamos e agora vamos ativar somente em Santa Catarina. Vender um forno elétrico para Manaus? Como eu vou ganhar dinheiro? O frete é muito caro. É preciso cuidar para não trabalhar no prejuízo. O nosso segmento não está conseguindo ganhar dinheiro com o e-commerce. Vamos reativar para SC e quem fará as entregas serão as lojas de cada cidade.

Além de empresário, o senhor entrou na política. Como consegue conciliar as duas atividades?

A partir do momento que consegui consolidar meu negócio acabei sendo presidente da CDL da minha cidade, presidente de clubes sociais, depois fui conselheiro da FCDL, em Florianópolis. Eu senti que não tínhamos representantes na Assembleia para defender a indústria e o varejo. E tentei duas vezes, na terceira consegui me eleger. Tenho uma bandeira na Alesc: a defesa da indústria e do varejo. Inclusive sou vice-presidente da Frente Parlamentar do Atacado de Alimentos. Represento todas as entidades empresariais, me sinto bem à vontade levantando as bandeiras da indústria e do varejo. A gente tem que manter e olhar para o Estado economicamente. SC vai muito bem. O que preocupa, no momento são as reformas.

(Entrevista concedida a Estela Benetti, do Portal NSC Total)

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