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Polo do Rio Grande do Sul inova para buscar mais espaço no mundo

Revisado Natalia Concentino - 03 de Novembro 2023
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Gisele Dalla Costa, presidente do Sindmóveis | Foto: Augusto Tomasi

A partir de alguns cliques, o consumidor pode elaborar o projeto dos seus móveis planejados, com a ajuda dos especialistas, e ainda consegue acompanhar toda a trilha da produção, desde a concepção, a fabricação, até o carregamento e a entrega. A operação, denominada Save Space e desenvolvida em conjunto com o Instituto Hélice, é uma das apostas na inovação do Grupo Bertolini, um dos principais do polo moveleiro de Bento Gonçalves. Até 2028, a empresa criada em 1969 na Serra pretende desembolsar R$ 101 milhões em processos de modernização.

 

Quando anunciou o plano de investimentos, em 2022, o CEO, Evandro José Boscardin, explicou: "Investimos em equipamentos, sim, mas a prioridade está nas pessoas, e na nova forma de consumo de móveis a partir da pandemia. Estamos abertos às novas ideias e inovações".

 

É como se a marcenaria tivesse encontrado a fórmula para levar o seu trato para a criação dos móveis a uma escala global. Uma fórmula que a Florense, de Flores da Cunha, aplica como poucas. A empresa, que é uma das gigantes gaúchas no setor moveleiro, foi uma das fundadoras do Instituto Hélice.

 

O grupo atribui o segredo para o crescimento à manutenção do que fez a Florense surgir, em 1953, como pequena marcenaria familiar. Atualmente a empresa é comandada pela terceira geração das famílias parceiras, e denomina sua produção como high end custom made. É como se fosse uma marcenaria gigante, que customiza cada um dos elementos do projeto desejado pelo cliente. A partir do município da Serra, a Florense conta com 50 lojas franqueadas no Brasil e 14 no exterior, entre Estados Unidos e América Latina.

 

O Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) contabiliza 300 empresas do setor, com 5,6 mil trabalhadores vinculados ao polo moveleiro. O faturamento dessas empresas, no ano passado, chegou a R$ 3,1 bilhões.

 

Assim como outros setores industriais da região, a produção moveleira tem mercado aberto no exterior. Conforme o Sindmóveis, no primeiro semestre deste ano, as empresas da região negociaram US$ 24 milhões. Os móveis de Bento chegaram a 42 países, sendo o Uruguai o maior importador, seguido pelos EUA.

 

"Hoje, somos uma referência mundial pela tecnologia e design aplicados na concepção dos móveis. Desde muito cedo, quando o sindicato foi concebido, o setor já tinha essa preocupação de garantir móveis não só bonitos, mas funcionais. O polo como um todo foi um processo de construção altamente colaborativo, que permanece até hoje", diz a presidente do Sindmóveis, Gisele Dalla Costa.

 

A entidade surgiu em 1977, já com a realização da feira Movelsul, hoje a maior da América Latina no setor. Seis anos antes, a Todeschini, empresa que surgiu ainda no início do século XX em Bento Gonçalves com a fabricação de gaitas, após um incêndio, restabeleceu-se como uma indústria de móveis. Inovou desde o início, com a produção de modulados.

 

Desde o ano passado, a empresa faz um dos maiores investimentos industriais na região, de R$ 272 milhões na ampliação do seu parque industrial em Bento Gonçalves, que chegará a quase 100 mil metros quadrados. São 700 funcionários empregados nessa produção.

 

leia: Congresso Movergs vai reunir grandes nomes em Bento Gonçalves

 

Principais municípios do setor moveleiro

 

• Bento Gonçalves

• Flores da Cunha

• Tupandi

• Bom Princípio

• São Marcos

• Garibaldi

• Caxias do Sul

• Gramado

 

Fonte: Sindmóveis e Movergs

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