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Receita líquida da Duratex apresenta queda comparada a 2018

Por Natalia Concentino - 31 de Outubro 2019

A Duratex anunciou os resultados financeiros do terceiro trimestre, na última terça-feira (29). A companhia apresentou R$ 1,308 bilhão de receita líquida consolidada. O resultado representa queda de 13,5% em relação ao mesmo período de 2018, com a ressalva de que, desconsideradas a receita advinda da venda de terras e ativos biológicos para a Suzano S.A., ocorrida no terceiro trimestre do ano passado, a receita líquida pro forma aumentou 2,4%, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. No acumulado dos nove meses de 2019, houve queda de 4,4% da receita líquida.

No terceiro trimestre, o lucro líquido recorrente foi de R$ 30,5 milhões, queda de 50,5%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. De janeiro a setembro de 2019, o lucro líquido recorrente foi de R$ 119,2 milhões, em linha com o mesmo período de 2019. Esse desempenho reflete gastos com despesas gerais e administrativas e a piora do resultado financeiro da Companhia.

Os números refletem que, mesmo sem sinais acentuados de aceleração da economia, a conjuntura macroeconômica começa a mostrar leves sinais de melhora, com aumento da produção industrial e evolução dos indicadores de confiança. "A redução da taxa de juros torna o cenário mais favorável ao ambiente de negócios. No entanto, os efeitos negativos decorrentes do elevado índice de desemprego continuam a afetar a demanda doméstica, que permanece estável em relação ao segundo trimestre", afirma Henrique Haddad, diretor de Administração, Finanças e Relações com Investidores da Duratex. Segundo ele, o fato de a economia não ter sido retomada como esperado e a volta do desemprego no trimestre como um todo, não obstante leves sinais de recuperação em setembro, impactou no volume de produção em todas as divisões, exceto na de revestimentos cerâmicos, em contraponto ao aumento de rentabilidade gerado pelo foco em produtos de maior valor agregado.

A Divisão Madeira obteve receita líquida de R$ 724 milhões, o que representa uma queda de 31,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O volume de vendas, na comparação com o terceiro trimestre de 2018 registrou retração de 16,34%. Importante destacar que o resultado do ano passado, contemplava a venda de 26,3 mil m³ de chapa de fibra. Em contrapartida, a receita unitária pro forma, que desconsidera a venda não recorrente de ativos florestais, foi 6,2% superior a realizada no mesmo período de 2018, sendo resultado da política comercial da Companhia e melhora de mix de produtos. O custo caixa unitário apresentou crescimento de apenas 2,6% em relação ao terceiro trimestre de 2018, fruto de reestruturações, como o encerramento da operação fabril de Botucatu e de vendas de ativos florestais para Suzano e Bracell.

Apesar da acentuada queda de vendas, a Divisão Madeira obteve melhora significativa de rentabilidade, resultado da estratégia comercial, que priorizou venda de produtos de maior valor agregado, em detrimento do volume, com foco em mercados mais nobres. O ganho de rentabilidade, representado pela margem EBITDA, foi de 19,0%, 2,3 pontos percentuais acima do terceiro trimestre de 2018. É importante destacar que neste trimestre, o resultado da Divisão Madeira foi impactado pelos os gastos de R$ 7,7 milhões de reais com a nova unidade de celulose solúvel. Se desconsiderados os referidos efeitos, a margem EBITDA foi de 20,4%. O EBITDA Ajustado e Recorrente da Divisão Madeira foi de R$ 137,3 milhões, em linha com mesmo período do ano anterior.

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