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Vendas no varejo fecharam 2011 com alta de 6,7%

Por Edson Rodrigues - 14 de Fevereiro 2012
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As medidas para restringir o consumo da população tomadas pelo governo desde o fim de 2010 - chamadas de medidas macroprudenciais - seguraram o crescimento das vendas do comércio no país em 2011. A expansão em 2011 foi de 6,7%, ante 10,9% no ano anterior, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, o resultado de 6,7% não pode ser considerado ruim diante do contexto do ano. O governo estava preocupado com a meta de inflação e com o crescimento mundial e por isso se decidiu pelas medidas, que atingiram o objetivo desejado.

- Só a partir do segundo semestre que o governo resolveu desfazer as medidas macroprudenciais, quando achou que a inflação sob controle para 2012. Então em termos de comércio não teve tempo suficiente para uma recuperação para o nível de 2010. Pode ser que isso aconteça em 2012. O BC está baixando os juros, o que tende a levar a um crédito mais barato - disse Pereira.

A receita nominal do comércio varejista cresceu 11,5% em 2011.Na passagem entre novembro e dezembro, o ritmo de crescimento despencou para 0,3%, após uma expansão de 1,2% de outubro para novembro. Mas Reinaldo Pereira diz que o resultado de 0,3% não significa que o Natal foi fraco.

- O resultado de 1,2% foi expressivo, então a base de comparação é alta. Além disso, é uma antecipação das compras de Natal. Hoje em dia, não se espera sair o 13º salário para ir às compras - disse.

A alta de preços dos alimentos e o efeito de uma renda maior - que estimula o consumo de outros produtos - tiveram impacto negativo no crescimento das vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo em 2011. O segmento avançou 4%, ante uma expansão do comércio de 6,7%. Ainda assim, a atividade respondeu por quase um terço (27,3%) da alta do ano.

- Houve um aumento de preços que segurou a demanda, mas também é possível uma influência do efeito renda, em que as pessoas gastam proporcionalmente menos com os bens de primeira necessidade e mais com os supérfluos - afirmou o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira.

A venda de móveis e eletrodomésticos ganhou com este cenário. A atividade avançou 16,6% no ano passado, frente a 2010, e representou quase metade (45,6%) da alta. Em dezembro, a expansão foi de 15,3% na comparação com novembro.

Outro segmento com desempenho expressivo foi o de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com crescimento de 19,6% em 2011 e de 34,8% em dezembro, frente a novembro.

- O que está por trás do crescimento de móveis e equipamentos de escritório é preço. Para uma inflação medida pelo IPCA de 6,5%, esses segmentos apresentação deflação de 5,4% e 9,3% - apontou Pereira.

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