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75% das pessoas vão manter consumo reduzido após pandemia

Por Natalia Concentino - 07 de Maio 2020
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De cada 4 brasileiros, 3 vão manter o nível de consumo reduzido após a pandemia, mostra uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Instituto FSB, divulgada nesta quinta-feira (7). No total, 2.005 pessoas foram ouvidas em todos os estados do Brasil.

A pesquisa revelou ainda que, de um grupo de 11 bens de consumo, apenas dois terão maior procura durante os 90 dias após o fim da pandemia: roupas (34%) e calçados (31%). Menos de 10% das pessoas afirmam que pretendem comprar eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis no prazo de 90 dias pós-isolamento.

Porém, quando se leva em consideração o período de até um ano após o fim das medidas restritivas, despontam móveis (28%), celulares (27%), eletroeletrônicos (23%) e eletrodomésticos (23%), todos acima do patamar de 20% de intenção de compra em até um ano.

 

Volta ao comércio

A pesquisa também sondou a intenção do brasileiro em voltar a frequentar supermercados, bares e restaurantes, shopping e o comércio de rua.

A menor mudança se dará na frequência aos mercados: 76% falam em voltar a fazer como antes ou até ampliar a frequência, enquanto 24% projetam reduzir o número de idas a esses estabelecimentos.

No caso do comércio de rua, 57% falam em manter ou ampliar, enquanto 41% esperam reduzir. Já em relação aos shoppings, a população se divide: 47% falam em manter ou aumentar a frequência e 48%, em reduzir. Por fim, há 44% dizendo que manterão ou ampliarão e 52% dizendo que reduzirão a ida a bares e restaurantes.

 

 

Medo de perder emprego

medo de perder o emprego é um dos motivos que contribui para a expectativa dos brasileiros de continuar freando o consumo, principalmente de bens duráveis. A pesquisa da CNI mostrou que metade dos trabalhadores (48%) tem um medo grande de perder o emprego. Somado ao percentual daqueles que têm medo médio (19%) ou pequeno (10%), o índice chega a 77%.

A intenção significativa de comprar móveis (28%) poderá se transformar em compras efetivas se houver estabilidade no emprego ao fim da pandemia.

Muitos dos entrevistados já sentiram o efeito da crise no bolso. Do total, 23% já perderam totalmente a renda, e outros 17% tiveram redução no ganho mensal. Significa que quatro em cada 10 brasileiros acima de 16 anos perderam poder de compra desde o início da pandemia.

“Há muito a ser feito nos próximos meses, mas devemos manter a confiança na ciência e na resistência da nossa economia. Certamente, com persistência e atuação conjunta, conseguiremos superar a crise decorrente da pandemia e retomar a rota do desenvolvimento econômico e social do Brasil”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

 

Endividamento se acentua

A inadimplência provocada pela crise também preocupa: 40% dos endividados disseram que já atrasaram o pagamento de algum débito, sendo que, desses, mais da metade (57%) começou a ficar inadimplente nos últimos 40 dias. Além disso, só 52% dos endividados afirmam que conseguirão quitar todas as suas dívidas nos próximos 30 dias.

 

Rotina muda pós-pandemia

No cenário pós-pandemia, só 30% dos brasileiros falam em voltar a uma rotina igual à que tinham antes. Sobre o retorno ao trabalho após o fim do isolamento social, a maior parte dos trabalhadores formais e informais (43%) afirma sentir-se segura, enquanto 39% se dizem mais ou menos seguros e apenas 18%, inseguros.

“As atenções devem estar voltadas, prioritariamente, para preservar vidas. Entretanto, é crucial nos preocuparmos também com a sobrevivência das empresas e com a manutenção dos empregos. É preciso estabelecer uma estratégia consistente para que, no momento oportuno, seja possível promover uma retomada segura e gradativa das atividades empresariais”, comentou Andrade.

Quase todos os entrevistados (96%) consideram importante que as empresas adotem medidas de segurança, como a distribuição de máscaras e a adoção de uma distância mínima entre os colaboradores. E, para 82% dos trabalhadores, essas medidas serão eficientes para proteger os empregados.

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