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Afinal, quem fabricou a mesa de Putin que virou meme?

Por Natalia Concentino - 21 de Fevereiro 2022
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Renato Pologna, CEO da fábrica de móveis OAK, localizada na pequena cidade de Cantu, na Itália, diz que o móvel foi feito pela sua empresa

Uma mesa usada pelo presidente russo Vladmir Putin para discutir a situação na Ucrânia chamou a atenção das pessoas nas redes sociais recentemente. O móvel em questão apareceu em fotos de reuniões de Putin com outros líderes, e acabou chamando a atenção por ser muito grande, dando uma enorme distância entre o russo e seu convidado. Mas, além das piadas, outro ponto que chamou a atenção foi a reivindicação pela autoria da peça: de um lado está um italiano e do outro um espanhol.

Mesmo rendendo diversas piadas e montagens no Twitter, o uso dessa mesa foi pensado exatamente para dar distanciamento entre Putin e convidados que se recusaram a fazer um teste de Covid-19 antes do encontro, como é o caso do presidente francês Emmanuel Macron e do chanceler alemão Alef Scholz.

Sobre a autoria da mesa, há uma certa polêmica, inclusive em relação às datas apontadas sobre a compra da mesa pelo governo russo. Renato Pologna, CEO da fábrica de móveis OAK, localizada na pequena cidade de Cantu, na Itália, diz que o móvel foi feito pela sua empresa. Ele ainda afirma que a famosa mesa branca é de 1995 e foi feito sob medida para o Kremlin. “A mesa fazia parte de uma das maiores encomendas que já tivemos”, declarou à imprensa.

De acordo com o que conta o empresário italiano, o móvel foi pago em liras um valor que corresponderia hoje a 100 mil euros (cerca de R$ 580 mil). Boris Ieltsin era quem estava no comando da Rússia e recebeu a mesa branca de seis metros de comprimento, laqueada e ornada com folhas de ouro.

“Uma mesa é um lugar onde comemos, nos divertimos e brincamos, mas onde também decidimos guerras ou assinamos armistícios. Esperamos que ela traga sorte e não leve a uma guerra”, disse Pologna à agência de notícias AFP.

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O italiano até reuniu provas como uma foto da mesa colocada em um livro sobre o Kremlin, de 1999, um certificado assinado pelo então presidente e o projeto detalhado da mesa, já que Vicente Zaragoza também reivindica a autoria da mesa.

Zaragoza é espanhol e diz ter feito o móvel em 2005, ou seja, dez anos depois da data dita pelo italiano. E Renato Pologna tentou evitar mais polêmicas declarando à imprensa que a empresa espanhola poderia ter feito uma réplica do produto original, além de afirmar que sua fábrica mobiliou dois andares no Kremlin.

“No exterior, a qualidade do design e do artesanato italianos são conhecidos”, disse Pologna, que também contou que entre os clientes da marca estão famílias reais do Oriente Médio e ditadores como Saddam Husseim e Muammar Gaddafi.

Foto: Sputnik/Kremlin via Reuters

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