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Alta no preço das matérias-primas pressiona indústria gaúcha

Por Natalia Concentino - 30 de Junho 2021
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As matérias-primas continuam com preços elevados e causam preocupação nas indústrias de móveis do Rio Grande do Sul. Já são cerca de nove meses lidando com a falta de insumos e os preços elevados, o que faz com que surja um grande ponto de interrogação no avanço da produção da indústria, em geral, do estado ao longo deste ano.

De acordo com uma reportagem publicada pela Gaúcha ZH, uma pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) mostra que 74,4% dos industriais citaram a falta ou o elevado custo de matérias-primas como o principal problema enfrentado no primeiro trimestre, período que também contou com restrições mais severas nas atividades diante da pandemia.

Já são três trimestres seguidos de alta no Rio Grande do Sul, segundo aponta os dados da Fiergs. O economista-chefe da entidade, André de Nunes de Nunes, concedeu uma entrevista ao site gaúcho e afirmou que alguns segmentos da indústria, como o de alimentos, tentam, na medida do possível, repassar esses aumentos, mas alguns setores ligados ao bens duráveis, como autopeças, móveis e eletrodomésticos, já observam baixa na demanda em razão dos preços mais elevados em um cenário de renda limitada.

O economista também disse à reportagem que, em um contexto mais geral, a permanência desses preços mais elevados e a diminuição do consumo das famílias podem frear a produção da indústria.

leia: REPASSE DE PREÇO DAS INDÚSTRIAS DE MÓVEIS PERDE FORÇA EM MAIO

Rogério Francio, presidente da Movergs (Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul), também conversou com a equipe do site da Gaúcha ZH, e contou que a indústria moveleira vem tentando driblar o aumento no preço das matérias-primas utilizadas pelo setor, como as chapas de madeira em MDF e MDP, e materiais para embalagem como o papelão. Ele acredita que o varejo vai precisar repassar em algum patamar o custo mais elevado ao consumidor, mas a dificuldade fica por conta do orçamento familiar cada vez menor.

“Quando vai para o varejo, para o consumidor, tem de repassar aquilo que a indústria recebeu, mas houve uma queda, porque o consumidor não está com uma remuneração à altura de absorver esses aumentos. Por isso houve essa queda no consumo”, afirmou Francio à reportagem.

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