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Aposta de alta na demanda leva Bekaert Deslee a triplicar planta

Por Natalia Concentino - 02 de Setembro 2021
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Com investimentos de R$ 65 milhões, a nova planta terá capacidade duas vezes e meia maior que a fábrica atual. A decisão da empresa belga de investir no Brasil leva em conta a expansão da demanda futura na América Latina e a nova estrutura vai garantir mais agilidade na entrega às indústrias de colchões e maior variedade de produtos e acabamentos.

Maior fabricante de revestimentos para colchões do mundo, a Bekaert Deslee possui plantas fabris nos 5 continentes. Isso é reflexo da estratégia “Close to You”, em que busca manter a marca sempre próxima dos clientes. Segundo Lars Muller, general manager da marca no Brasil, através dessa estratégia, a empresa oferece estabilidade e continuidade dos negócios ao redor do planeta, visto que, em casos de força maior, normalmente se encontram planos de contingência que possam servir de porto seguro para os clientes frequentes.

Os novos investimentos no Brasil fazem parte desta estratégia, que tem privilegiado países emergentes nos últimos cinco anos. “Nesse período foram investidos cerca de R$ 20 milhões em máquinas e equipamentos, tendo em vista a expansão de demanda no Brasil e na América Latina”, destaca Lars, lembrando que os investimentos seguiram durante a pandemia. “Em 2019 foi realizado um extenso trabalho de pesquisa para identificar as necessidades dos clientes e ficou evidente que era preciso melhorar os prazos de entrega. E isso só seria possível com aumento da capacidade produtiva”, pontua Lars, acrescentando que a empresa entendeu que deveria alavancar sua infraestrutura para atender as demandas com maior velocidade. “Afinal, fabricamos artigos feitos sob encomenda e com exclusividade, onde estoques não são possíveis”, enfatiza.

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A nova unidade vai receber R$ 65 milhões em investimentos até 2022 e será duas vezes e meia maior que a fábrica atual. Para otimizar os processos produtivos contará com 18 novos teares de alto rendimento e de última geração nos próximos 18 meses. Somados com a renovação já executada nos teares de tecidos planos, a empresa triplicará sua capacidade produtiva. “O comissionamento dos três primeiros equipamentos já se deu em agosto”, informa Lars.

Com a ampliação, o mercado poderá experimentar prazos de entrega mais curtos. Alguns clientes já estão sendo beneficiados com a agilização nas entregas em todas as linhas de produtos, tanto de valor agregado como em linhas mais econômicas, afirma o diretor da companhia no Brasil, acrescentando que a indústria colchoeira tem pouca tradição de trabalhar de forma planejada, o que leva a diversas ineficiências na cadeia. “Se considerarmos que a maioria dos insumos tem origem na Ásia e Oriente Médio, que recentemente tem sofrido com dificuldades logísticas, vemos as cadeias globais ainda mais afetadas. Mas a incorporação de estoques reguladores e novos contratos de fornecimento, permitirão perenidade na produção e manutenção saudável do estoque de insumos”, garante Lars.

Além disso, a nova planta contemplará expansão significativa na capacidade de acabamento de tecidos, que trará um leque adicional de produtos. “Esperamos lançar já no primeiro trimestre de 2022 novidades na agregação de valor aos tecidos, muitos deles com diferenciais inovadores”, antecipa Lars, acrescendo que a fábrica brasileira passará a produzir lançamentos internacionais de grande êxito da marca, como as linhas Excite se juntando a tecnologias já existentes como Intense® e Virase® já conhecidas do mercado. As novas linhas de acabamento permitirão redução no consumo de energia e, como consequência, condições mais competitivas, enfatiza.

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Parceria estreita com os clientes

Em relação ao momento atual, Lars acredita que a pandemia teve alguns efeitos positivos para a empresa e para todo mercado de interiores, inclusive a indústria colchoeira. Mas reconhece que ainda existem desafios com as cadeias de suprimentos e com a inflação de custos que inevitavelmente seguirá atingindo os negócios por algum tempo.

Mas Lars reforça que esses movimentos de curto prazo não devem afetar a disposição da Bekaert Deslee de investir no Brasil. “Há quatro anos consecutivos batemos recorde de faturamento resultados e produção. Em 2022 devemos seguir com o mesmo ritmo e nosso principal objetivo é ofertar aos fabricantes brasileiros produtos de qualidade internacional a custos compatíveis à realidade do consumo nacional”, destaca, lembrando que a Bekaert Deslee busca sempre desenvolver relacionamentos de longo prazo, por acreditar que esse é o caminho do progresso mútuo entre empresas.

“Nesse sentido buscamos sempre nos envolver intimamente com o negócio do nosso cliente, para desenvolver produtos exclusivos que permitam se diferenciar da massa. Acreditamos que a comoditização não leva à criação de valor e inevitavelmente termina no limite de custos dos produtos”, pontua Lars, que não acredita que é isso que o consumidor busca. “Em momentos de crise observamos claramente movimentos de busca agressiva de economia em materiais, perdendo-se qualidade do produto. Não acreditamos na construção de marcas sólidas sobre uma engenharia de produto que renuncia à qualidade. O consumidor pode até não lembrar de uma boa experiencia que teve, mas seguramente lembrará de uma má experiência”, adverte.

Para Lars, crises econômicas se tornam um terreno fértil e tentador à destruição de valor que custa muito a ser construído. “Eu, pessoalmente, me pergunto o que seria da Coca-Cola, se mudasse a receita, a cada crise que surgisse no horizonte? E deixo o convite para que todos façam parte do movimento de valorização do mercado colchoeiro, com o qual queremos sempre contribuir”, convoca.

“É neste sentido que a Bekaert Deslee reforça seu compromisso de participação ativa na Abicol e Abit, entidades que buscam congregar a indústria colchoeira; e cultivar no mercado, em diversas frentes, iniciativas para uma indústria profissional, saudável e socialmente responsável”.

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