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Bloqueios do mercado argentino dificultam negociações

Por Edson Rodrigues - 18 de Outubro 2011
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O atraso nas licenças de importação concedidas pela Argentina tem preocupado empresários moveleiros gaúchos, que enfrentam atrasos na liberação de seus produtos ao país vizinho. O prazo para a liberação de licenças não automáticas segue as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), a qual define o prazo (máximo) de 60 dias para estas liberações. Também foram realizados acordos comerciais entre Brasil e Argentina, para o cumprimento destas liberações dentro do prazo estabelecido pela OMC.

No entanto, a Argentina não tem cumprido o prazo estabelecido, atrasando a emissão de licenças, o que reflete na queda das exportações de móveis, principalmente do Rio Grande do Sul. De janeiro a setembro deste ano –, comparando-se a variação do mesmo período de 2010, a venda de móveis gaúchos para a Argentina registrou queda de 17,7%, sendo que, há três anos, o país era o principal importador de móveis gaúchos.

Muitas empresas gaúchas aguardam por estas licenças para liberarem suas exportações, pois este problema afeta os próprios importadores argentinos, os quais, muitas vezes, ficam sem mercadorias para comercialização, em função do descumprimento dos acordos comerciais, de acordo com o presidente da MOVERGS, Ivo Cansan. “Gostaríamos do auxílio do Governo, com atitudes mais drásticas, para se fazer respeitar os acordos comerciais assinados pelos dois países e as regras da OMC”, aponta.

Recentemente, durante o Encontro Estadual da Indústria, realizado na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), em Porto Alegre, coletados na Secretária de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) foram tema de debate. Na oportunidade, a conselheira da MOVERGS, Maristela Cusin Longhi, salientou os problemas enfrentados pelo Estado nas exportações de móveis para a Argentina, demonstrando a queda das mesmas pelo descumprimento de acordos e também pela falta de competitividade dos produtos gaúchos, frente a outros Estados, que concedem benefícios fiscais, protegendo a sua economia, gerando assim, uma concorrência desleal, em função de uma situação econômica mais estável.

Estes dados foram entregues ao secretário estadual do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, responsável pelo Programa de Desenvolvimento Competitivo do Rio Grande do Sul, Mauro Knijnik. “Ao confirmar a nossa falta de competitividade, por meio destes dados, solicitamos medidas de proteção à indústria gaúcha, incluindo-se aí alguma forma de compensação pelo custo da infraestrutura do Estado”, revela Maristela.

(Fonte: Movergs)

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