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Casas Bahia deve mais do que quadruplicar prejuízo no 4T23

Revisado Natalia Concentino - 14 de Março 2024
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Previsto para ser divulgado no próximo dia 25 de março, depois do fechamento do mercado, o resultado do quarto trimestre da Casas Bahia deve apresentar mais uma retração em seus principais indicadores, em linha com um ambiente macroeconômico ainda desafiador, prevê a Genial Investimentos. A alavancagem elevada é outro ponto de atenção, dizem os analistas.

 

Segundo estimativas da Genial Investimentos, a empresa deve reportar prejuízo de R$ 703 milhões no 4T23 da Casas Bahia – mais do que o quádruplo do registrado no mesmo período em 2022, quando a companhia teve prejuízo de R$ 163 milhões.

 

“Diante de um alto patamar de alavancagem financeira, as despesas financeiras ainda devem ser uma dor de cabeça para o grupo neste trimestre”, dizem os analistas Iago Souza, Vinicius Esteves e Nina Mirazon.

 

No entanto, na visão da casa, o montante deve ser levemente melhor do que o reportado no 3T23 (negativo em R$ 836 milhões), dado a melhora sequencial no Ebitda da companhia.

 

Para o 4T23, a Genial espera que a receita líquida da Casas Bahia chegue a R$ 7,4 bilhões, queda de 16,2% na comparação com o mesmo período de 2022.

 

A casa acredita ainda que o Ebitda da Casas Bahia no quarto trimestre de 2023 deve ser negativo em R$ 512 milhões, ante R$ 270 milhões positivo no mesmo período do ano anterior.

 

Apesar de enxergar uma redução sequencial da taxa básica de juros e da inflação ao consumidor, a Genial ainda não vê uma tradução deste alívio em uma baixa do endividamento familiar, assim como do aumento da confiança do consumidor ao longo do trimestre.

 

“Mesmo diante de um trimestre historicamente positivo para o setor de consumo discricionário, com datas importantes como Black Friday e Natal, o alto patamar de inadimplência do consumidor combinado ao cenário restritivo para o fornecimento de crédito deve frear o crescimento do varejo no 4º trimestre de 2023“, destaca.

 

Além disso, desde a apresentação do plano de transformação da Casas Bahia, a companhia passa por um momento de fechamento de lojas não rentáveis. Por isso, a Genial espera o encerramento das atividades de 17 unidades ao longo do trimestre, totalizando 55 fechamentos ao longo de 2023.

 

“Naturalmente, com uma redução na área de vendas do grupo, a receita bruta de lojas físicas da Casas Bahia deve cair na visão anual. Como na apresentação do plano o grupo mapeou uma potencial redução de cerca de 100 lojas, esperamos ver mais fechamentos ao longo do 1º semestre de 2024″, diz a Genial.

 

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Perdas no marketplace da varejista, segundo Genial

 

A Genial projeta uma piora da tendência de vendas para o Grupo Casas Bahia, com desaceleração em seus três canais (loja física, 1P on-line e 3P), com estimativa de volume bruto de mercadorias total (GMV) de R$ 10,3 bilhões, queda de 11,6% na comparação anual.

 

Segundo a gestora, os produtos 1P – como telefonia, eletrodomésticos, eletroportáteis, TVs e móveis, por exemplo – têm enfrentado um ambiente difícil para o consumo ao longo dos últimos trimestres. Além disso, a base de comparação, dado a forte venda de televisores no evento de Copa do Mundo no mesmo período do ano anterior, deve pressionar o crescimento da categoria.

 

A Genial também acredita que o marketplace do Grupo Casas Bahia deve destoar de seus principais pares – como Magazine Luiza e Mercado Livre – neste trimestre.

 

“Enquanto os concorrentes devem se beneficiar do alto fluxo de compra ao longo do 4º trimestre, ‘outperformando’ o varejo durante a Black Friday, a nossa perspectiva é de que Casas Bahia deve apresentar uma perda de volume de compra no período”, ressalta.

 

Casas Bahia deve gerar caixa apenas no ano que vem, diz Genial

 

Para a Genial, a Casas Bahia inicia o ano com balanço limpo, sem o peso de estoques antigos – que ainda impactam na rentabilidade do quarto trimestre. A casa avalia que o reperfilamento das dívidas que venceriam ao longo de 2024 e de 2025 deve dar o espaço necessário até a companhia sentir os efeitos positivos de sua reestruturação.

 

“Entendemos que a companhia deve ter um 2º semestre positivo em geração de caixa, mas o anual só deve se aproximar do break-even em 2025″, escrevem os analistas.

 

No geral, a gestora espera uma piora anual em todas as linhas do resultado, impactado pela soma de um ambiente macroeconômico desafiador para o consumo de eletroeletrônicos a uma reestruturação micro em andamento. “Em termos de rentabilidade, acreditamos que este deve ser mais um trimestre a ser esquecido”, completa.

 

Fonte: suno.com.br 

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