Crise arruína pequenas empresas italianas
Por Edson Rodrigues
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03 de Abril 2013
O plano de austeridade implantando pelo governo da Itália para blindar a crise da divida europeia, tem feito a economia despencar em uma das piores recessões entre todos os países da zona do euro.
Por dia, cerca de mil empresas italianas, de um total de seis milhões, fecham as portas, principalmente companhias pequenas e médias, consideradas a espinha dorsal da economia nacional. Tais fatores foram agravados depois das inconclusivas eleições italianas de fevereiro deste ano. Empresários acreditam que sem ninguém governando o país haverá mais paralisia e as coisas podem piorar. Além do mais, Um novo governo provisório, que pode ser instalado em algumas semanas, dificilmente terá força para aprovar reformas, aprofundando os problemas da Itália e da Europa.
Segundo Kenneth Rogoff, professor da Universidade Harvard e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, tais fatores aumentam a possibilidade de a Itália ter uma década como a do Japão, com crescimento muito lento. “Isso motiva perguntas dolorosas sobre a estabilidade do crescimento da zona do euro como um todo a longo prazo”, diz o professor.
Burocracia pesada, leis trabalhistas sufocantes e excessiva dependência em relação a empresas de pequeno porte, que sofrem para competir no mercado global são apenas alguns dos problemas da economia italiana. Devido aos aumentos tributários e cortes de gastos impostos por Mario Monti, que assumiu como premiê em novembro de 2011, depois que a crise do euro levou à queda de Silvio Berlusconi, no ano passado, a economia encolheu 2,4%.
Segundo o instituto de pesquisas CGIA di Mestre, metade das pequenas empresas é incapaz de pagar os salários em dia e o desemprego subiu para 11,7% em janeiro, atingindo 38,7% entre os jovens.
Programa de austeridade
O objetivo do programa de austeridade era reduzir o risco de uma crise da dívida e assegurar o apoio do Banco Central Europeu, mas, em vez disso, deixou o país sem crescimento. Dessa maneira, a Itália terá mais dificuldades para pagar sua dívida de US$ 2,6 trilhões.
Entretanto a Itália ainda não está com problemas tão grandes quanto outros países europeus devido à companhias como Ferrari, Benetton e Ducati que continuam ajudando o país a se manter como a segunda maior base industrial da zona do euro, só atrás da Alemanha. Porém, a falta de crédito faz com que empresas pequenas, como marcenarias, comecem a quebrar devido à falta de crédito bancário e à elevação dos impostos.




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