Designers apostam em tendências vintage e curvas para 2026
As cores terrosas devem seguir dominando os interiores em 2026 — e agora com ainda mais intensidade. A nova edição da Pesquisa Anual de Tendências de Design de Interiores da 1stDibs, que ouviu 468 designers do mundo todo, revela que o marrom chocolate desponta como a cor do ano. Um terço dos profissionais a elegeu como favorita, quase o dobro do registrado em 2022.
O clima geral para 2026 aponta para paletas mais quentes, sóbrias e dramáticas, lideradas por marrons, verdes profundos e vermelhos densos. Já entre os tons suaves, o amarelo-manteiga vive um salto de popularidade, passando de 14% em 2024 para 30% em 2025. Outros tons em alta incluem azul-centáurea, rosa-claro e pistache.
Formas curvas seguem fortes — e o vintage volta ao protagonismo
No mobiliário, linhas curvilíneas e formatos irregulares foram citados por 43% dos designers como grande tendência para 2026. Materiais naturais como vime e rattan continuam em ascensão (27%). A pesquisa também aponta novidades no ranking: assentos com saia (24%) e tapetes de formas orgânicas (21%) entram na lista dos preferidos.
Na iluminação, os pendentes de vidro de Murano (28%) deverão ser os queridinhos do próximo ano.
Segundo Anthony Barzilay Freund, diretor editorial da 1stDibs, a pesquisa vai além da simples identificação de estilos:
“Ela revela as correntes culturais e criativas que moldam as escolhas de design no mundo todo.”
Cor, textura e maximalismo em alta
Entre os elementos que devem ganhar mais espaço estão o uso intenso de cores (35%), paredes estofadas (30%) e tetos com papel de parede (35%). A estética dominante segue sendo o maximalismo, que cresce de 34% em 2023 para 39% em 2025, sempre acompanhado pelo ecletismo (38%).
Nos padrões, florais e botânicos lideram as preferências, enquanto listras e desenhos geométricos perdem força. Técnicas como brocado com ponto de chama, shibori e pied-de-poule também surgem com mais destaque.
Vintage no auge
Os designers estão incorporando mais peças antigas aos projetos: 36% de todos os itens usados em 2025 são vintage ou antiguidades. O uso de peças fabricadas entre 1920 e 2000 atingiu o maior patamar em cinco anos (85%). Já as verdadeiras antiguidades — anteriores a 1920 — devem aparecer nos projetos de 63% dos profissionais em 2026.
IA e tarifas globais também impactam o setor
A adoção de ferramentas de inteligência artificial cresce rápido: 29% dos designers já usam IA, contra apenas 9% em 2023. Outros 20% pretendem começar a utilizá-la em breve. Mas a resistência persiste: cerca de um quarto dos entrevistados segue firmemente contrário ao uso da tecnologia no dia a dia.
As tarifas globais também seguem pressionando o mercado: 92% afirmam sofrer impactos negativos. Como consequência, a busca por produtos fabricados localmente cresceu para 72%, enquanto as compras internacionais caíram para 28% — após atingir 32% em 2024.
A pesquisa foi realizada online entre julho e agosto de 2025 pela Surveys & Forecasts LLC com designers participantes do programa 1stDibs Trade.




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