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E-commerce é bem mais do que tecnologia, diz especialista

Por Edson Rodrigues - 24 de Setembro 2020
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Em uma análise apresentada na Conferência E-Commerce Brasil – Paraná 2020, Rodrigo Maruxo, especialista em e-commerce e conselheiro do E-Commerce Brasil trouxe um olhar bastante pertinente sobre as mudanças de comportamento do consumidor e dos varejos físico e online e a preocupação sobre a preservação do DNA do varejo. “O lojista precisa, sim, se atualizar com as tecnologias que chegam, uma vez que elas contribuirão para alcançar mais clientes. Porém, o ‘servir bem’, saber ofertar’, ‘conversar com o público’ entendendo a sua região… Enfim, tudo o que aquela vendinha do bairro fazia, deve ser mantido”, afirma, completando que uma empresa que perde o seu DNA deixa de ser uma comerciante.

Rodrigo Maruxo,
especialista em e-commerce

Para Maruxo, a tecnologia deve ser vista como um meio, no intuito de atingir os objetivos, e não um fim. “O online é só uma intermediação do que ainda é o core da empresa, seu DNA. De fato, o futuro será tecnológico, mas será preciso usar as ferramentas corretas. Vejo muitos negócios trazendo pessoas de tecnologia para construir soluções às suas estratégias e modelos de negócio. Estas empresas já têm uma preocupação acima da média, pois é uma parte inerente da evolução. A estratégia está em justamente pegar esse varejista com conhecimento de consumidor e aplicar na cultura de dados”.

 

 

O futuro do e-commerce

O comportamento tende a sofrer alterações, segundo Maruxo. E isso não se dá somente pela pandemia, mas de um modo geral. Ele define essa geração como “micro-ondas” (tudo pronto em 3 minutos). “Não temos mais paciência e estamos mal-acostumados a ter as dores resolvidas com muito mais eficácia”, diz. Por esse motivo, é preciso reduzir o atrito em todos os pontos de contato do cliente, trazendo mais fluidez — a pessoa não pode sentir que está perdendo tempo ao realizar algo.

Figital

O conselheiro do E-Commerce Brasil foi enfático ao tratar sobre o Figital (mistura dos universos físico e digital). “Se eu tenho canais diferentes, preciso ajustar essa jornada. Deixá-la mais simples, mas não menos poderosa. Ela deve ser agradável e um canal complementar ao outro, e não concorrentes. Isso o lojista faz dentro da história da marca que ele vai contar”, aconselhou.

Veja: tem lojas que são raiz, mas a maioria é nutella

Outro ponto destacado foi em relação ao mobile, que entra cada vez de forma mais significativa. Hoje, de acordo com Maruxo, a pessoa começa a jornada de compra pelo celular, independentemente de estar em casa ou não. “O futuro do comércio, diferente do início, começa em qualquer lugar. Ele vai querer escolher o lugar e o lojista terá de estar disponível em todos eles”. Já sobre pagamentos, Maruxo reforçou a tendência dos pagamentos instantâneos e, consequentemente, a redução da necessidade de bancos e boletos.

Mudança do PDV para o PDE

Ponto de venda, como se conhecia até há pouco, está com os dias contatos. Porém, não significa que a loja vai fechar seu PDV. O que acontece é que o PDV vai se tornar cada vez mais um PDE, ou Ponto de Experiência. “O cliente está ali por muitos outros motivos e benefícios. Os canais são muito legais de serem trabalhados em conjunto, para aumentar a experiência do cliente. É uma necessidade que muitas empresas vêm buscando. E, consequentemente, o comércio deve se adaptar às experiências dos consumidores”.

Usar os dados recolhidos

Informação, segundo o especialista, só é útil para melhorar a vida da loja e do cliente. Do contrário não serve para nada. Para quem ainda não faz a análise de dados do negócio, Maruxo aconselha a começar por olhar o Analytics. Para ele, vale criar um dashboard simples, uma planilha, e aprimorar com o tempo. “As empresas se preocupam em não conseguir fazer, mas é preciso olhar os relatórios e entender o negócio, para não jogar informações boas fora”, finaliza.

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