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Gigantes de móveis compram matéria-prima de trabalho-forçado

Revisado Natalia Concentino - 28 de Novembro 2022
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(foto: br.depositphotos.com)

Algumas das maiores empresas do setor do mobiliário e decoração da Europa continuam a comprar produtos da Bielorrússia, apesar das sanções impostas aos negócios com o país, no seguimento da guerra na Ucrânia, já que o presidente Lukashenko é aliado próximo de Putin. Muitos dos produtos importados pelas empresas europeias são feitos recorrendo às mãos de homens detidos em campos de trabalhos-forçados, denuncia uma investigação da ONG inglesa Earthsight.

 

Os laços da Bielorrússia com a Rússia significam que o país também á alvo de medidas sancionatórias, que incluem a proibição de importações de madeira, um produto que representa um papel principal na economia bielorussa, já que as florestas pertencem ao Estado.

 

Nos anos que antecederam a guerra, vinha se observando uma compra cada vez maior de madeira e móveis produzidos na Bielorrússia por parte da União Europeia. Por exemplo, na Alemanha, as importações de madeira bielorussa aumentaram de 200 milhões de euros para 300 milhões em apenas um ano (entre 2020 e 2021). A madeira não era um item inicialmente previsto pelas sanções mas, com o alargamento e endurecimento das medidas, em abril, acabou por ser marcado com o selo de ‘proibido’.

 

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No entanto, algumas empresas de países da UE não cumpriram com as ordens de Bruxelas, e continuam a receber produtos da Bielorrússia ou a ter como parceiras outras empresas que usam trabalho-forçado: incluem-se as austríacas XXXLutz e a POCO, as alemãs Porta Möbel Boss, Hoffner, Polipol e Roller e a francesa BUT.

 

A IKEA já havia sido revelado, numa investigação de jornalistas franceses, que importou madeira e produtos feitos nas prisões bielorussas, mas parou em junho deste ano, como destaca o relatório da ONG.

 

Contatadas, as empresas preferem não comentar ou dizem que “apesar de condenar a guerra, continuam a fazer negócios com a Bielorrússia”. A XXXLutz garantiu que abrirá uma investigação interna ao caso. 

 

Prisioneiros ouvidos pela ONG inglesa contam que “recusar trabalhar na prisão era uma violação das regras” e que os reclusos que recusassem a trabalhar “eram espancados e obrigados a passar alguns dias numa ‘cela de castigo’”.

 

(Com informações multinews.sapo.pt)

 

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