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IBEVAR projeta vendas fracas no varejo em 2023

Por Natalia Concentino - 11 de Janeiro 2023
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Imagem: Freepik

O IBEVAR (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo) divulgou os mais novos dados obtidos em uma pesquisa feita em parceria com a FIA (referência em escola de negócios) sobre as projeções de vendas no varejo em 2023, mas os resultados não são muito agradáveis para o setor. As duas entidades separaram o estudo entre intenção de compras; projeções de vendas e inadimplência.

 

As projeções de vendas do IBEVAR – FIA se valem de dois tipos de métodos analíticos: modelagem econométrica e algoritmos de IA aplicados às redes sociais. As projeções econométricas mostram uma queda de 1,42% na intenção de compra no primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo trimestre de 2022 e de 0,83%, em relação ao quarto trimestre deste ano.

 

Embora a intenção de compra da maior parte dos itens nas redes sociais não esteja mais baixa que nos últimos meses de 2021, verifica-se que os índices projetados para o primeiro trimestre de 2023 situam-se, em média, em patamares mais baixos que os mesmos indicadores calculados para toda a série.

 

Segundo o Presidente do IBEVAR e Professor da FIA, Claudio Felisoni de Angelo: “O volume menor de comércio no primeiro trimestre do ano está muito influenciado pelas vendas mais baixas de veículos e material de construção. As incertezas sobre as condições da economia vêm afetando mais fortemente os itens de maior valor unitário”.

 

O estudo de mercado analisa também as projeções de vendas, revelando que veículos, peças e material de construção são as categorias responsáveis por puxá-las para baixo agora em janeiro. O IBEVAR e a FIA projetam mensalmente as vendas de varejo considerando as categorias identificadas pelo IBGE: Combustíveis e lubrificantes; Supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; Vestuário, calçados e tecidos; Móveis e eletrodomésticos; Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria e cosméticos; Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; Livros, jornais, revistas e papelaria; outros artigos de uso pessoal e doméstico.

 

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Essas categorias são agrupadas no grupo denominado Varejo restrito. A esse conjunto adiciona-se Veículos, motos, partes e peças e Material de construção, formando o que se convenciona chamar de Varejo ampliado. Para os próximos três meses o Varejo restrito apresenta crescimento no acumulado em doze meses: 1,66% janeiro, 1,68% fevereiro e 1,16% março. Entretanto, o comportamento dos segmentos Veículos, peças e Material de construção, com grande peso no consumo das famílias leva a um decréscimo, também medido em doze meses, das vendas no conceito Varejo ampliado: 0,23% janeiro, 0,25% fevereiro e 1,13% março.

 

Já a análise sobre a inadimplência da pessoa física mostra que ela continua em ascensão nesse primeiro mês de 2023. O estudo considera inadimplente o tomador com atraso de pelo menos uma parcela de 90 dias ou mais.

 

A pesquisa de janeiro de 2023 estimou que a taxa de inadimplência (recursos livres) deve ficar entre 5,72% e 6,32%, com média estimada 6,02% para janeiro de 2023, o que implica um aumento de 0,1 p.p. em relação ao valor real de novembro de 2022 e de 0,13 p.p. em relação ao valor estimado para dezembro de 2022.

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