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Magazine Luiza, entre dívida bilionária com KaBuM! e prejuízo

Revisado Natalia Concentino - 16 de Agosto 2023
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Divulgação

A empresa dobrou o prejuízo em um ano, a R$ 301,7 milhões, e as ações despencaram 6%. E, para piorar, fundadores do KaBuM! pediram à Câmara de Comércio Brasil-Canadá a abertura de um processo de arbitragem contra o Magazine Luiza.

 

Magazine Luiza teria pago apenas a primeira parcela da compra do KaBuM!, no valor de R$ 1 bilhão, segundo a coluna Painel S.A., da Folha de S. Paulo. Pelas informações, ainda faltaria a varejista honrar os R$ 2,5 bilhões em ações restantes do acordo.

 

O anúncio do prejuízo de R$ 198 milhões do Magalu entre abril e junho deste ano aumentou a preocupação dos fundadores do e-commerce especializado em tecnologia. Esse é o sexto trimestre consecutivo que a varejista registra queda no lucro.

 

Segundo as informações da Folha, Leandro e Thiago Ramos, sócios na KaBuM!, querem a anulação do acordo com o Magazine Luiza ou, então, o pagamento da parcela em aberto do acordo de R$ 3,5 bilhões.

 

Procurado pelo Money Times, o Magazine Luiza informou que realizou todos os pagamentos. Já o KaBuM! não se manifestou até a publicação desta matéria.

 

O imbróglio entre KaBuM! e Magazine Luiza

 

No final do mês passado, os fundadores do KaBuM!, Leandro e Thiago Ramos, pediram à Câmara de Comércio Brasil-Canadá a abertura de um processo de arbitragem contra o Magazine Luiza.

 

Mais cedo neste ano, Leandro e Thiago solicitaram à Justiça a produção antecipada de provas contra o Itaú BBA, responsável pelo processo de venda do e-commerce. Eles acusam o banco e o executivo da área de fusões e aquisições que os assessorava, Ubiratan Machado, de terem favorecido o Magalu no processo.

 

No pedido à Câmara, a dupla apresenta opções que vão desde a anulação do acordo que firmou a venda do site até a indenização por parte do Magazine Luiza. A expectativa é que consigam garantir os valores inicialmente negociados.

 

Questionado sobre o caso na época, o Itaú BBA afirmou que todas as acusações são inverídicas. “O Itaú BBA esclarece que a venda da empresa à varejista foi concluída após um processo competitivo, diligente e transparente, conduzido por um time de executivos ao longo de mais de 18 meses, e para o qual foram convidados mais de 20 potenciais compradores, nacionais e estrangeiros”, disse em nota.

 

leia: Luiza tem prejuízo no 2º trimestre, mas com evolução em vendas

 

O balanço do 2º trimestre só piorou a situação

 

O Magazine Luiza apresentou prejuízo líquido de R$ 302 milhões no segundo trimestre de 2023, alta de 123% em relação ao resultado negativo de um ano atrás. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), por sua vez, foi de R$ 284 milhões, queda de 38% sobre o mesmo período de 2022. A varejista divulgou os números relativos ao segundo trimestre de 2023 na noite desta segunda-feira (14).

 

A receita líquida da companhia ficou praticamente estável, em R$ 8,6 bilhões, com oscilação positiva de 0,1%. As vendas totais, incluindo lojas físicas, comércio eletrônico com estoque próprio e marketplace cresceram 5,8% e atingiram R$14,7 bilhões. Nas lojas físicas, houve crescimento de 2,7%.

 

A empresa chama a atenção para o fato de que o e-commerce brasileiro teve uma queda de 15,1% segundo a Neotrust, enquanto na empresa as vendas digitais avançaram 7% e atingiram R$ 10,7 bilhões. No e-commerce com estoque próprio, as vendas evoluíram 2,3%. Já no marketplace, as vendas atingiram R$ 4,2 bilhões no trimestre, com crescimento de 15,1%.

 

(Com informações Money Times e e-investidor.estadao.com.br)

 

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