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Magalu anuncia trainee só para negros e gera polêmica

Por Natalia Concentino - 21 de Setembro 2020
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Com o objetivo de trazer mais diversidade para os cargos de liderança, o Magazine Luiza iniciou um programa de trainees para 2021 em que somente candidatos negros podem se inscrever. Atualmente 53% dos funcionários da varejista são pretos e pardos, sendo que somente 16% ocupam posições de liderança.

Em meio a diversos protestos antirracistas que vêm acontecendo durante esse 2020 por todo o mundo, a varejista quer “trazer mais diversidade racial para os cargos de liderança da companhia, recrutando universitários e recém-formados de todo Brasil, no início da vida profissional". E isso, logicamente, não passou despercebido pelas redes sociais, criando uma polêmica entre os usuários, uns defendendo a ideia e outros chamando de “racismo reverso”.

No Twitter a hashtag #MagazineLuizaRacista ficou entre os assuntos mais comentados do último sábado (19). Com a repercussão, o programa de trainee passou a ser discutido fora da esfera das redes sociais, fazendo com que o deputado Carlos Jordy, vice-líder do governo na Câmara, afirmasse que iria entrar com representação no Ministério Público contra a empresa para que seja apurado crime de racismo. O Presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, fez coro às acusações de racismo.

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Mas a varejista está convencida a mudar o cenário e fazer com que negros ganhem mais espaço na companhia.  "O alerta despertado por essa baixa participação fez com que o Magalu decidisse atuar, oferecendo oportunidades para quem ainda está começando a carreira", justificou a gigante do e-commerce. Que se posicionou também nas redes sociais: “Queremos desenvolver talentos negros como nossas futuras lideranças e ajudar a ampliar a voz da negritude no processo de digitalização no Brasil".

E a iniciativa do Magazine Luiza conta com parceiros de movimentos negros que ajudaram a desenvolver o programa de trainee. "Parceiros ajudaram a elaborar o programa, a campanha e seleção: Indique Uma Preta, Goldenberg, Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), Faculdade Zumbi dos Palmares e Comitê de Igualdade Racial do Grupo Mulheres do Brasil, todos dedicados à inclusão e combate ao racismo", exalta o Magalu.

Além de se alinhar a um movimento global de inclusão de negros no mercado de trabalho, a companhia também pode esperar ganhos reais com a maior diversidade. Segundo o estudo "A diversidade como alavanca de performance", publicado pela consultoria norte-americana McKinsey, as empresas com mais diversidade étnica têm 33% mais chance de ter lucros acima da média em relação as que têm pouca diversidade. O levantamento também cita a desigualdade de gênero, que aumenta em 21% a chance de lucro na mesma comparação com companhias menos diversas.

Com inscrições abertas , o programa de trainee 2021 do Magazine Luiza pode ser acessado pela plataforma 99 Jobs, que traz mais detalhes sobre as oportunidades.

(Com informações do IG e Estadão Conteúdo)

 

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