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Mato Grosso do Sul consorcia e ruma a 1 milhão de hectares

Por Edson Rodrigues - 31 de Maio 2011
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O crescimento do plantio de florestas no Maio Grosso do Sul acompanha a altura dos eucaliptos perfilados em fazendas e propriedades de empresas de celulose. A estatística da Associação dos Produtores de Florestas do Estado registrou, no final do ano passado, um volume de 400 mil hectares plantados ao leste (entre Campo Grande e Três Lagoas). Destes, 386 mil hectares eram de eucalipto e 14 mil de pinas. Com isso, o estado passou a ostentar um percentual de 6,9% do volume de florestas plantadas no Brasil, segundo os últimos dados da Braceipa. Pode parecer-pouco, mas representa um salto se for considerado que, em 2003 - quando a cultura foi introduzida -, o volume plantado era de apenas 90 mil hectares, sendo 60 mil hectares pertencentes à empresa International Paper. Segundo o diretor da associação, Dito Mário, a chegada da Votorantin (hoje Fibria) representou uma evolução, estimulando os produtores a plantarem especialmente eucalipto em consórcio com outras culturas e com a pecuária. "Não tenho dúvida de que no final do ano teremos 500 mil hectares plantados. A Fibria produz 1,3 mil toneladas, e a Florestal Brasil deve produzir 1,5 mil toneladas a partir do ano que vem", prevê. Mário sonha alto: em 2020, o Mato Grosso do Sul deverá, na sua analise, ter 1 milhão de hectares com florestas plantadas. Quem aproveitou a onda foi o pecuarista Chico Maia, selecionador de bovinos Guzerá na Fazenda Rancho Caiamâ, em Campo Grande. Em 2007, ele separou 400 hectares da propriedade para plantar mudas de eucalipto e adotou três modelos de espaçamento: uma linha, linha dupla e linha tripla. "No primeiro ano, fui chamado de modista; no segundo, acharam a plantação bonita; no terceiro, fui convidado para palestras", conta Maia. O sistema de integração silvipastoril foi simples: no primeiro ano colocou os bezerros desmamados nas pastagens de braquiárias mantidas entre as linhas de eucaliptos; no segundo, chegou o restante do rebanho. "O capim é mais verde, a sombra deixa os animais mais tranquilos e não temos parasitas", conta. A seu ver a integração é a solução para região, pois não prejudica nenhuma das atividades. "Mantive a mesma quantidade de gado e ganhei uma poupança verde com a madeira", exulta. Maia não parou ai. No ano passado, plantou 750 hectares só de floresta, sem espaçamento para a pecuária. Mas nos próximos anos deverá ampliar o projeto silvipastoril para mais mil hectares. Além de fazer crescer seu negócio com madeira, projeta o mesmo pura seu estado: "Nos próximos dez anos, o Mato Grosso do Sul vai liderar a produção, ao lado de Minas Gerais", profetiza. Quem viu seu projeto subir às alturas, não duvida. (Fonte: Revista A Granja)

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