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Móveis de Valor traz respostas sobre falta de painéis de madeira

Por Edson Rodrigues - 07 de Agosto 2020
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Chegou ao conhecimento da Móveis de Valor ofícios encaminhados à Abimóvel pelo Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (SIMA) e pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), pedindo intervenção da entidade nacional do setor, inclusive junto ao Governo Federal, visando a normalização do fornecimento de painéis de madeira à indústria moveleira.

A Movergs pede que a ABIMÓVEL intervenha buscando “medidas urgentes de proteção às indústrias moveleiras gaúchas e nacionais junto ao Governo Federal em relação aos fabricantes de matérias-primas e ao aumento dos preços, especialmente na área de painéis de madeira, como MDP revestido e cru”.

Por seu lado, o SIMA solicita “a esta conceituada instituição, que nos auxilie junto aos grandes produtores de painéis brasileiros, se for possível até o envolvimento da IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores, entidade representante do setor, para que possamos dar uma explicação aos nossos associados quanto aos reais motivos da falta de painéis no mercado brasileiro. Várias questões ficaram no ar sem respostas, tais como; está faltando matéria prima para a fabricação de painéis, as exportações de painéis estão sendo priorizadas pelas indústrias de painéis ou simplesmente é problema momentâneo de produção?”. (Ao final, está a íntegra dos ofícios das entidades gaúcha e paranaense, endereçados à Abimóvel.)

Diante da preocupação manifestada pelos empresários, principalmente quanto ao desabastecimento do mercado, a Móveis de Valor mobilizou sua equipe a fim de buscar informações junto à Ibá e aos principais fornecedores de painéis.

 

Ibá responde à questionamento da Móveis de Valor

“Sobre os questionamentos encaminhados pelo veículo Móveis de Valor, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que representa toda cadeia de base florestal, do campo à indústria, esclarece que não se manifesta com relação a preços devido ao seu compliance. Se trata de tema concorrencial e cada empresa possui uma estratégia de mercado.

Com relação à falta de matéria-prima, a entidade observa que, neste período de pandemia, diversas cadeias produtivas foram afetadas e tiveram que se reorganizar, oferecendo férias coletivas, diminuindo produção, entre outras medidas, visando a manter a sobrevivência do negócio e, consequentemente, empregos e renda. Assim, a diminuição da oferta de insumos e outros sinais de desorganização circunstancial do mercado são consequência direta da crise que todos ainda estamos atravessando.

Por outro lado, as companhias, naturalmente, focaram também nas possibilidades do mercado de exportações neste período, porém não a ponto de causar distorção mais expressiva no suprimento do mercado doméstico, conforme se verifica nas estatísticas já divulgadas sobre o tema.

Por outro lado, o mês de junho voltou a sinalizar para a continuada retomada da demanda interna, em níveis acima da expectativa, assim como é esperado para julho (mês em que os números estão sendo fechados) e agosto. No entanto, a indústria segue trabalhando para reequilibrar oferta e demanda.

Por fim, vale mencionar que a Ibá mantém trabalho intersetorial intenso com outras entidades da referida cadeia produtiva, entre elas a Abimóvel, com vistas à valorização do móvel de madeira nacional, reforçando seus atributos para o mercado consumidor. Em breve, deverá ser lançada uma campanha de comunicação para conquistar a atenção do público”.

 

Duratex prefere não se manifestar

Mas, se a Ibá prontamente atendeu ao pedido de informações da Móveis de Valor, o mesmo não ocorreu com o maior fornecedor de painéis de madeira do Brasil. Em e-mail, a assessoria de imprensa da Duratex informa que a empresa optou por não participar da pauta.

 

Móveis de Valor assume seu papel

Inalva Corsi, editora da Móveis de Valor, apurou em reportagem publicada neste portal ontem, dia 06, que há um descompasso muito grande no mercado de móveis durante a pandemia. O preço dos insumos para fabricação de móveis aumentou muito nos últimos meses e, também, há um problema com desabastecimento, segundo confirmaram moveleiros de diversos polos do País.

Papel da imprensa é investigar o que está acontecendo e foi isso que fizemos. Nosso objetivo é tentar que haja uma comunicação mais clara por parte dos fornecedores de painéis, não com a nossa revista, mas com seus clientes, através das entidades que integram os fabricantes de móveis. Porém, percebe-se pela preocupação manifestada pelas referidas entidades, que tal comunicação simplesmente não existe.

Estamos fazendo a nossa parte, porque nos interessa levar informações – e, principalmente – nossas posições, para que os empresários moveleiros possam ter o máximo de subsídios para orientar suas ações.

E vamos continuar fazendo isso.

Ari Bruno Lorandi

Diretor da Móveis de Valor

 

 

Ofício 079/2020

Bento Gonçalves, 06 de agosto de 2020

Ilma Sra. Maristela Cusin Longhi

Presidente da ABIMÓVEL São Paulo – SP

A MOVERGS – Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul vem por meio deste solicitar à ABIMÓVEL medidas urgentes de proteção às indústrias moveleiras gaúchas e nacionais junto ao Governo Federal em relação aos fabircantes de matérias-primas e ao aumento dos preços, especialmente na área de painéis de madeira, como MDP revestido e cru. Enfatizamos que essas situações não ocorrem apenas nesse difícil momento de pandemia da COVID 19, mas, sim, têm sido recorrentes em diferentes momentos nos últimos anos. As poucas fabricantes de algumas matérias-primas têm gerado privilégios que ultrapassam o limite do aceitável, privando, inclusive, de abastecimento o mercado brasileiro em prol de ganhos extras com a exportação dos produtos. Verifica-se que apenas no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2019, a exportação do MDP cru para a China registrou aumento de 700% e caso muito semelhante ocorre com os EUA, com alta de mais de 600%. Temos sido penalizados pela constante alta de imposto, pelo aumento do frete e da energia elétrica, pela forte desvalorização do real frente à moeda norte-americana e também pelo comportamento de fabricantes, o que é extremamente grave e têm gerado grande dificuldade no controle de custos dos negócios, pois nesse momento, é inviável o aumento no preço para lojistas e consumidores. As indústrias não podem ser punidas pela falta de políticas de mercado e instabilidade de preços. Diante do exposto, reiteramos que é inaceitável que essas atitudes deixem a sustentabilidade das indústrias brasileiras de lado pensando apenas no próprio lucro, o que afeta milhares de negócios, de empregos e de famílias que dependem da produção moveleira para o seu sustento.

Rogério Francio

Presidente MOVERGS

 

Ofício 0103B/20

Arapongas-Pr, 05 de Agosto de 2020.

Ilma. Sra. Maristela Cusin Longhi MD Presidente da Abimóvel

Prezada Senhora: Como é do conhecimento público, o setor moveleiro do país passou por momentos de grandes dificuldades até o mês de março do corrente ano, situação ainda mais agravada por consequência da decretação da pandemia do COVID 19. Apesar de todas as intempéries, reiniciamos uma retomada de nossos negócios no mês de julho, apesar dos aumentos expressivos de nossas matérias primas e insumos. Estávamos confiantes em reabrir os postos de trabalhos anteriormente fechados devido a pandemia, porém, o que se depara pela frente é um quadro negro; a falta de matéria prima, principalmente na área de painéis de madeira. Portanto, tem a presente missiva o objetivo de solicitar a esta conceituada instituição; que nos auxilie junto aos grandes produtores de painéis brasileiros, se for possível até o envolvimento da IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores, entidade mor representante do setor, para que possamos dar uma explicação aos nossos associados quanto aos reais motivos da falta de painéis no mercado brasileiro. Várias questões ficaram no ar sem respostas, tais como; está faltando matéria prima para a fabricação de painéis, as exportações de painéis estão sendo priorizadas pelas indústrias de painéis ou simplesmente é problema momentâneo de produção? Confiantes nos esforços desta amada instituição e na expectativa de uma resposta afirmativa por parte de Vossa Senhoria ao nosso justo pleito, elevamos nossos cordiais saudações, antecipando nossos sinceros agradecimentos.

Atenciosamente,

Irineu Munhoz

Presidente

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