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O drama continua: Tok&Stok traz de volta fundadora da loja

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Imagem: Divulgação

A última semana foi desafiadora para uma das maiores varejistas de móveis e acessórios de decoração brasileiras, a Tok&Stok. A empresa está passando por uma profunda reestruturação administrativa e logística desde fevereiro, após ter contratado a consultoria Alvarez & Marshal para lidar com suas dívidas estimadas em R$ 600 milhões.

 

Na terça-feira (11), a empresa confirmou o fechamento de duas lojas em Fortaleza (CE) e outra em Porto Alegre (RS), conforme noticiou a Bloomberg Línea. No dia seguinte (12), três diretores foram demitidos enquanto a Tok&Stok anunciava o retorno da fundadora Ghislaine Dubrule à direção executiva da companhia — segundo apurou o InfoMoney.

 

Os executivos que foram dispensados eram responsáveis pela parte operacional da companhia, como a gestão de lojas e logística. Uma fonte afirmou ao InfoMoney que Dubrule assumirá a função de diretora das lojas, enquanto outros quatro diretores regionais também foram dispensados.

 

“Os últimos meses foram marcados por importantes decisões e intensas mudanças no negócio, com o objetivo de tornar a Tok&Stok ainda mais eficiente e preparada para o cenário macroeconômico atual e desafios futuros. Como reflexo dessas decisões e de forma estratégica, o nosso comitê executivo foi restruturado [sic]”, escreveu a Tok&Stok, em comunicado enviado aos funcionários.

 

Dívida e fechamento das lojas da Tok&Stok

 

A Tok&Stok enfrenta um caminho semelhante ao percorrido pela Etna, varejista do mesmo setor que encerrou suas atividades em 2022. A concorrente começou a desativar a operação pelo Nordeste, em agosto de 2021, em meio a tentativas frustradas de encontrar um novo dono. O segmento de comércio enfrenta desafios frente à queda nas vendas.

 

O objetivo principal da reestruturação da Tok&Stok é melhorar as margens e voltar a gerar caixa, enquanto tenta renegociar a dívida com seus credores. Apesar de ter fechado o ano passado com receitas acima de R$ 1 bilhão, a companhia não deixa de cogitar uma recuperação judicial — é o que diz uma das fontes do Bloomberg Línea.

 

Conforme revela o InfoMoney, existe a previsão para o fechamento de 17 lojas em diversas capitais, como: Fortaleza, Teresina, Recife, Natal, Vitória, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. No entanto, a companhia só confirmou o encerramento das três unidades já anunciadas.

 

leia: Caso Americanas: como evitar que isso aconteça na sua empresa

 

IPO frustrado da Tok&Stok e varejo brasileiro

 

A atual crise financeira da Tok&Stok começou em setembro de 2020, quando Octávio Pereira Lopes assumiu a gestão da empresa, com a missão específica do Carlyle Group de realizar uma Oferta Inicial de Ações (IPO). O fundo norte-americano adquiriu 60% da companhia em 2012 dos fundadores Régis e Ghislaine Dubrule.

 

No final de 2020, mesmo com o boom das vendas online, a tentativa de entrar no mercado foi frustrada. A companhia não teve o mesmo apelo que outros concorrentes menores, como Mobly e Westwing, que conseguiram abrir o capital, devido a sua grande dependência das lojas físicas.

 

A situação piorou no segundo semestre de 2021, quando o grupo Carlyle desistiu da Tok&Stok e saiu do Brasil, negociando sua operação com a SPX Capital. Ao mesmo tempo, Pereira Lopes deixou o cargo executivo para assumir a Light, que também está passando por dificuldades financeiras. Desde então, a empresa está diminuindo seus gastos e reduzindo o tamanho da sua operação.

 

O varejo brasileiro está passando por um momento de muitas tribulações, em que grandes varejistas estão entrando em processo de recuperação judicial, seja por falhas na administração, aumento dos custos do capital ou queda nas vendas. Alguns dos principais exemplos são: Americanas, Marisa, Amaro e Livraria Cultura.

 

(Com informações Canaltech, Bloomberg Línea e InfoMoney)

 

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