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Otimismo de agentes econômicos após votação

Por Daniela Maccio - 20 de Abril 2016
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Mesmo antes do Senado decidir pelo afastamento ou não da presidente Dilma Rousseff, os representantes de vários setores da economia já acreditam em mudanças. O mercado financeiro já vê o futuro do país com mais otimismo, depois que a Câmara aceitou abrir o processo de impeachment da presidente Dilma. "Entendemos que haverá uma injeção de ânimo na economia e o mercado de capitais é o primeiro a reagir a essas notícias”, disse o diretor da Ancord, Guilherme Marconi.

A expectativa é de mudanças na condução da política econômica. “Aproveitar esse aumento de confiança que a gente provavelmente vai ter agora. Para avançar reformas que são necessárias, muitas delas impopulares, para discutir uma agenda de longo prazo para o país”, lembrou o economista e diretor LCA Consultores, Celso Toledo. Os setores da economia real também receberam bem a notícia. No ano passado o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu quase 4%. O pior resultado em 26 anos. As vendas no varejo caíram 4,3%.

 

 “Nós poderemos ter uma volta um pouco mais acelerada ao consumo”, acredita Abram Szajman, presidente da Fecomercio/SP. Ninguém acredita numa melhora imediata. Os números são muito ruins. Economia em recessão, inflação alta, e desemprego crescendo. Segundo o último levantamento do IBGE, o Brasil tem 9,6 milhões de desempregados. Para o Dieese, departamento criado por sindicatos para desenvolver pesquisas de interesse dos trabalhadores, será preciso um acordo político para recuperar o país. “Recuperar a capacidade política de dar sentido ao nosso desenvolvimento econômico, que gere emprego, que gere atividade produtiva, que gere capacidade da economia, que deem a economia capacidade de sustentar o crescimento econômico”, fala Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese.

 

Para o economista Bernard Appy, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda na gestão de Antônio Palocci, passada a euforia, Temer terá que conseguir apoio político e social para promover uma agenda de reformas em parte impopular. “Essa agenda, na verdade, inevitavelmente passa por rever a questão da Previdência Social, e inevitavelmente passa por rever a questão dos gastos de pessoal, de funcionários públicos que para os estados e municípios são o grande fator de pressão sobre as despesas; mas acho que é importante também ter uma agenda de produtividade".

 

Com informações do G1

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