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Paraguai atrai moveleiras

Por Daniela Maccio - 27 de Janeiro 2017
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Imposto único apenas na saída do bem exportado, custo de energia 70% menor que no Brasil, pouca tributação no salário e ausência de tributação sobre a renda da indústria. Este paraíso para os empresários fica aqui ao lado. O Paraguai tem ganhado as graças de investidores brasileiros pelos fatores de produção amplamente vantajosos e uma economia em crescimento de 3,5% ao ano. Wagner Enis Weber, diretor do Centro Empresarial Brasil-Paraguai – Braspar, conta que já existem fábricas de móveis paranaenses com operações no país e o próximo passo será dado pelos empresários gaúchos, de Bento Gonçalves. “Atualmente, são três indústrias de móveis do Paraná operando no Paraguai. E alguns fabricantes do polo moveleiro de Bento Gonçalves estão fazendo estudos de viabilidade para implantação de fábricas lá”, garante Wagner. Segundo ele, estão se desenvolvendo dois polos moveleiros no Paraguai, sendo que um dos munícipios já conta com a instalação de uma fábrica de painéis industrializados, que está começando a operar. A Agro Industria del Paraguay fica no munícipio de Coronel Oviedo.

 

“Existe a possibilidade de instalação de mais fábricas de painéis no país, pois o setor de reflorestamento é um dos que mais cresce no Paraguai hoje. Está recebendo muito investimento”. O diretor da Braspar acrescenta ainda que o país conta com bastante mão de obra especializada em móveis e os dois municípios estão prontos para receber fábricas. “Móveis são produtos que demandam muita mão de obra, você tem uma contratação de custos importantes, como energia, que afetam o setor moveleiro”, explica, atribuindo estas questões ao crescimento da busca por negócios no vizinho.

 

O carro-chefe paraguaio

As empresas brasileiras começaram a investir com força a partir de 2013, encorajadas inicialmente pela habilidade com as vendas do presidente paraguaio Horacio Cartes, e posteriormente pela necessidade de reduzir custos no ambiente empresarial do Brasil, que está piorando vertiginosamente. Das 126 empresas que atualmente operam sob a Lei da Maquila, 80 abriram desde o início do mandato de Cartes, em agosto de 2013, segundo números do governo paraguaio. Essas empresas criaram mais de 11.000 empregos, sendo 6.700 nos últimos três anos. Criada há mais de 15 anos e inspirada no modelo mexicano, a Lei de Maquila prevê a isenção de impostos para empresas estrangeiras na importação de maquinários e matéria-prima, desde que o produto final seja exportado. Há apenas um tributo único de 1% sobre a fatura de exportação quando a mercadoria deixa o Paraguai.

 

Cerca de 80% das empresas estrangeiras criadas sob esta lei no Paraguai são de brasileiros, segundo a Confederação Nacional da Indústria – CNI, do Brasil. Entre os grandes grupos que estabeleceram operações no país recentemente estão a empresa de moda Guararapes (Riachuelo) e a fabricante de brinquedos Estrela. Não é difícil ver a atratividade. Segundo a CNI, os custos da energia são mais de 60% inferiores no Paraguai, enquanto os custos com mão de obra são de 100 a 135% superiores no Brasil. Embora o salário mínimo do Paraguai seja maior que o brasileiro, de 1.824.055 guaranis (cerca de R$1.277), o empregador paraguaio não precisa pagar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) nem contribuição sindical. Já as férias anuais remuneradas, que no Brasil são de 30 dias, no Paraguai são de 12 dias para cinco anos trabalhados, 18 dias para até dez anos trabalhados, e 30 dias acima de dez anos trabalhados. Além disso, a capital do Paraguai, Assunção, fica mais perto de São Paulo, o coração industrial do Brasil, do que muitas capitais estaduais do País.

 

Veja está reportagem na íntegra, na edição janeiro/fevereiro da Revista Móveis de Valor.

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