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Redução do IPI não surte efeito sobre lojistas

Por Edson Rodrigues - 22 de Outubro 2012
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A redução do IPI para compra de móveis não tem acelerado o crescimento do varejo do Grande ABC. Segundo Sérgio Todesco, representante da Associação de Lojistas de Juburatuba (rua de São Bernardo onde estão concentradas as principais lojas de móveis da região), os comerciantes locais registraram queda de aproximadamente 30% no faturamento. Nas lojas Raru´s e Movelline a diminuição do tributo não aumentou as vendas e houve redução no comércio. Segundo a gerente da Raru´s, Maria Isilda, a queda mensal, desde junho, chega a 60% em relação aos meses do ano passado.
Para Samy Dana, professor de economia da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas de São Paulo), as apostas do governo em inventivos fiscais já perderam o efeito. O consumidor tem respondido ao estímulo desde 2008, mas agora está com a renda extremamente comprometida. A Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), em pesquisa recente constatou que 51,5% das famílias têm alguma dívida.
"A queda do IPI é importante, mas a maioria das nossas empresas está enquadrada no Simples Nacional (regime de tributação pago por micro com faturamento de até R$ 360 mil e pequenas até R$ 3,6 milhões), onde não há a cobrança do IPI” explica Hermes Soncini, presidente do Sindicato da Indústria de Móveis do ABC.
CARROS X MÓVEIS – A redução do IPI estimulou as vendas no segmento automobilístico, o que segundo Todesco, fez com que os moveleiros sentissem a queda. O fraco movimento do setor é muitas vezes, atribuído pelo fato de o consumidor estar endividado com a prestação do carro.
ENFRAQUECIMENTO – De acordo com Soncini a indústria moveleira regional está muito retraída, devido à diminuição da procura do comércio. O setor perdeu espaço na região, principalmente na década de 1990. Em 1998, 159 companhias produziam móveis na região. Em 2010, o número de fabricantes caiu para 104.
OLHO NA PRÁTICA - O professor Dana, da FGV, destaca que o consumidor pode aproveitar o incentivo fiscal, mas que esse não é o único mecanismo de redução dos preços. Regina Medici, vendedora na loja Attualitá, em São Bernardo, concorda. A saída é apostar na pronta-entrega, para facilitar a vida dos clientes, e em promoções relâmpagos. A baixa demanda contribui para reduzir preços; um sofá de couro era vendido por R$ 6.400, sai por R$ 4.890.


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