IMG-LOGO

Semana do Brasil deve se firmar no calendário do varejo

Por Natalia Concentino - 18 de Outubro 2019
semana_do_brasil_revista.png
semana_do_brasil_revista

Uma iniciativa proposta pelo Governo Federal mexeu com o varejo recentemente. A criação da Semana do Brasil, que aconteceu de 06 a 15 de setembro, veio para alavancar as vendas em um período que costuma ser mais fraco para o comércio. Na verdade, setembro era o único mês que não possuía uma data comemorativa no segundo semestre, criando um “buraco” entre dia dos pais, Black Friday e Natal. E os resultados apurados dão conta de expansão entre 10% e 12% nas vendas por conta deste evento. Agora o que se discute é a importância da Semana do Brasil permanecer no calendário de eventos do varejo nacional.

Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), acredita que a ação aconteceu em um mês que precisava desse tipo de iniciativa. “Setembro é um mês sem atrativos para o comércio. Ficava uma espécie de buraco entre as datas comemorativas, e essa ideia nasceu através de um pensamento estratégico, que ajuda a preencher o semestre e diluir as vendas”, analisa.

Terra explica a importância de não concentrar as vendas em apenas alguns períodos. “Como temos um evento muito próximo ao Natal, que é a Black Friday, as vendas ficam muito concentradas e às vezes ela até acaba atrapalhando o desempenho do varejo no Natal, já que, tradicionalmente, se trata de um feriado em que o comércio não costuma dar muito desconto. A Semana do Brasil oferece descontos e se torna uma opção para o consumidor, deixando de concentrar um grande volume de vendas somente na Black Friday”.

Quem também vê com bons olhos a iniciativa e a data escolhida é o sócio-diretor da unidade de consultoria da Gouvêa de Souza – GS&Consult, Jean Paul Rebetez. “Nós, que acompanhamos o varejo de perto, entendemos que é uma boa iniciativa, apesar de ainda meio tímida agora no começo, tem um encaixe muito oportuno e já trouxe resultados positivos nessa primeira edição”, afirma.

Rebetez analisa os primeiros números que teve acesso e as possibilidades futuras. “Houve um aumento nas vendas em torno de 10 a 12%, já descontado o valor relativo ao crescimento do varejo no período, se comparado com o mesmo mês do ano passado. O valor é bom, pois trata-se de um evento novo, que foi feito meio em cima da hora e às pressas, digamos assim. Pude ver tudo muito de perto no evento que promovemos, o Latam Retail Show (cobertura disponível na edição 190 da MV), em que acompanhamos a adesão das varejistas e as ações de divulgação que foram feitas”, complementa.

Sobre a aderência do consumidor, os dois consultores têm opiniões muito parecidas, pois ambos acreditam que é preciso tempo e ampla divulgação para que a Semana do Brasil alcance o sucesso da Black Friday. “Com o passar do tempo o consumidor vai ter mais consciência da data, entender que ela é importante, já que a adesão no setor foi muito grande. O esperado é que as varejistas façam uma boa estratégia de comunicação para facilitar esse entendimento e estimular mais o consumo”, afirma Eduardo Terra.

Rebetez complementa: “o evento ainda está em construção, mas sempre que acontecem promoções e boas oportunidades o consumidor começa a participar mais, apresentando as melhores ofertas é mais fácil de emplacar, assim como foi no início da Black Friday, ela foi se fortalecendo ao longo dos anos. Outro fator determinante é a grande participação de varejistas. Este ano sentimos falta de participação maior de shoppings, que costumam abrigar uma quantidade significativa de lojas”.

Leia a reportagem completa na versão digital da edição 191 da Móveis de Valor clicando aqui.

Comentários