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Setor de móveis pede mais tempo na isenção do IPI

Por Edson Rodrigues - 09 de Abril 2012
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A redução dos tributos para o setor moveleiro animou os lojistas da Rua Jurubatuba, em São Bernardo do Campo (SP). Mas para os empresários do setor moveleiro, três meses de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ainda é pouco. Isto porque, segundo eles, a fabricação dos móveis planejados - foco desses comércios - leva de 30 a 40 dias e os consumidores não decidem pela compra logo nas primeiras visitas.

Para reverter a queda de até 15% nas vendas neste início de ano, os lojistas diminuíram as margens de lucro nos produtos para atrair clientes com a queima de estoque. Com menos mercadoria, a intenção é fazer novos pedidos à indústria, desta vez com a alíquota do IPI zerada - antes a taxa era 5%.

O sócio da L'art Móveis, Mario Strufaldi, afirma que o período de isenção é curto, mas de qualquer modo alivia um pouco a alta taxa tributária. "Dependendo do produto, o prazo de entrega é 30 dias. E quando a fatura for emitida o prazo da redução do IPI pode ter acabado, logo corre o risco de diferença no valor."

Na tentativa de aumentar o giro do estoque, Strufaldi reduziu os preços dos móveis em até 10% na semana passada. Conjunto de mesa com seis cadeiras de R$ 2.990 é vendido por R$ 2.691. Dono de quatro lojas, o empresário avalia que a resposta do consumidor ainda está lenta.

Proprietário do Grupo Hindi, Youssef Mohamad Hindi espera que o Ministério da Fazenda não termine com o benefício do imposto menor no dia 30 de junho e o postergue por mais três meses. Sua expectativa é de que as vendas cresçam até 20% nesse período. Ao contrário dos concorrentes da Jurubatuba, o empresário diz que o faturamento no primeiro trimestre subiu 15%.

Hindi, que preside a comissão dos lojistas do polo moveleiro de São Bernardo, pondera que os empresários deverão baixar a margem de lucro para não perder as vendas próximas ao fim do prazo.


FÔLEGO

Dono da loja que leva seu sobrenome, Sergio Todesco viu o faturamento do comércio recuar 10% neste início de ano. "Será importante para dar um ânimo ao setor, pois esses meses são muito parados", pontua. Assim como muitos empresários, ele reduziu a margem de lucro para impulsionar as vendas logo no primeiro dia após o anúncio do corte do IPI. Conjunto de sofá de R$ 5.000 foi colocado à venda com 5% de desconto, por R$ 4.750. Todesco notou que o movimento de consumidores no tradicional polo moveleiro da região aumentou.

A Viavarejo, que abriga as marcas Casas Bahia e Pontofrio, também passou integralmente a redução do IPI sobre móveis desde o início do anúncio pelo governo. A empresa é dona da Móveis Bartira, maior fabricante do setor na América Latina. O benefício do imposto menor para a linha branca (fogão, refrigerador e lavadora de roupa) também foi prorrogada até o fim de junho.


(Fonte: Diário do Grande ABC)

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