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Sucesso no e-commerce, Pix pode acabar com compras no boleto

Revisado Natalia Concentino - 17 de Outubro 2022
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Para as varejistas, o Pix tem potencial de aumentar o número de vendas no comércio eletrônico e diminuir o abandono de compras

O Pix foi lançado em 2020 como uma opção às transferências bancárias por DOC e TED, facilitando os pagamentos entre pessoas e diminuindo a importância dessas modalidades de envio de recursos — que garantiam uma receita considerável de tarifas aos bancos. Agora, o o sistema de pagamentos do Banco Central pode fazer outra “vítima”, desta vez no e-commerce: o pagamento em boleto.

 

Para as varejistas, o Pix tem potencial de reduzir — e até substituir — o boleto, além de aumentar o número de vendas no comércio eletrônico e diminuir o abandono de compras. Isso porque os pagamentos com boletos não são realizados em 50% das vezes, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

 

Menos de dois anos após seu lançamento, o Pix já divide o segundo lugar nas formas de pagamento — ao lado exatamente dos boletos — e não para de crescer. Ele era aceito em apenas 16,9% dos comércios virtuais do Brasil em janeiro de 2021, mas esse número subiu para 76,3% em julho deste ano (e a consultoria GMattos prevê que ele tem potencial para chegar a 92% nos próximos anos).

 

Um dos motivos é que a falta de flexibilidade nos pagamentos pode levar a um carrinho abandonado: 52% dos consumidores brasileiros dizem que desistiram de fazer uma compra porque não podiam pagar do jeito que queriam, segundo a empresa de pagamentos Adyen.

 

O boleto pode até sobreviver, mas se tornar uma opção de nicho. Além de reduzir a desistência de compras, o Pix tem menores taxas para as varejistas do que outros meios de pagamento. “Tirar 0,1% do valor de uma venda para um varejista pode significar ganhos milionários”, diz Lorain Pazzetto, líder de open finance do Grupo FCamara, empresa de tecnologia para varejo.

 

leia: Meio de pagamento específico será incentivado na Black Friday

 

Mais vendas com o Pix

 

No Mercado Livre, a adoção do Pix cresceu cerca de 130% e causou uma redução de 33% no uso de boleto no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período de 2021. Na plataforma, lojas oficiais de marcas como Samsung, Nike e Hering já aceitam pagamentos via Pix.

 

O Mercado Pago, banco digital do Mercado Livre que tem 30 milhões de usuários ativos e 10 milhões de vendedores e fornece sistemas de pagamento para lojas físicas e digitais, já tem um quarto de todas as transações feitas via Pix. A empresa faz os pagamentos via Pix nas farmácias da rede Pague Menos e nas lojas físicas da C&A, além de diversas lojas online, por exemplo.

 

Daniel Davanço, líder de pagamentos para empresas do Mercado Pago no Brasil, avalia que as vendas dos lojistas que aceitam Pix subiram de 20% a 25% a mais neste ano na comparação com aquelas que ainda não tinham o Pix como meio de pagamento. “A conversão do Pix hoje é acima de 75%. O mundo online abraçou o Pix de forma muito rápida, porque melhorou a experiência para todos os lados”.

 

Varejistas como a Via já oferecem pagamentos por Pix desde o ano passado, inclusive nas lojas físicas de Casas Bahia e Ponto, e recentemente a empresa passou a usar o sistema de pagamentos do BC também para facilitar os acertos em casos de renegociação de dívidas.

 

leia: Veja quais categorias devem crescer no mercado em 2023

 

Nova alternativa ao Pix

 

Já o Magazine Luiza oferece pagamentos via Pix em seu site e aplicativo, mas também investe em uma alternativa a ele. A empresa criou, dentro da Fintech Magalu, um sistema de pagamentos que promete ser mais veloz e prático do que o do Banco Central porque não requer que o consumidor acesse aplicativo de banco ou copie e cole códigos de barras.

 

As transferências são feitas por meio do Iniciador de Transação de Pagamento (modalidade oferecida pelo BC que permite a integração dos sites e aplicativos de empresas de varejo com os sistemas bancários, no conceito de “open finance”). O método de pagamento foi implementado no site KaBuM, que vende eletrônicos e foi comprado pelo Magazine Luiza por cerca de R$ 3,5 bilhões em 2021.

 

Robson Dantas, líder da operação da Fintech Magalu, vê potencial de o iniciador de pagamentos ser mais simples do que o Pix para pagamentos online e reduzir ainda mais a desistência de compras. “A experiência facilita muito a vida do usuário, mas essa ferramenta ainda tem um caminho a percorrer até chegar ao ponto que estamos com o Pix”.

 

O Mercado Pago e as grandes varejista do país também já fazem testes com o iniciador de pagamentos.

 

(Com informações Estadão Conteúdo)

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