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Venda em lojas volta ao nível pré-crise, mas no digital cai 90%

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As ações da empresa acumulam uma queda de 88% neste ano, com valor de mercado de R$ 993 milhões

A Americanas, varejista em recuperação judicial desde janeiro depois da revelação de um rombo contábil da ordem de R$ 20 bilhões, recebeu boas notícias em abril: as vendas nas lojas físicas se recuperaram para os níveis pré-crise, ainda que outros indicadores tenham continuado a se deteriorar.

 

As vendas em lojas físicas aumentaram 37% em abril em relação a março, para R$ 1,5 bilhão de reais (US$ 299 milhões), o que significou o melhor mês desde dezembro passado, de acordo com um relatório operacional mensal do administrador nomeado pela Justiça do Rio de Janeiro.

 

O caixa da empresa posição também melhorou de uma baixa em março: havia cerca de R$ 1,4 bilhão.

 

Ainda assim, as vendas pela plataforma digital da empresa continuaram a cair: a receita total caiu 90% em relação a maio de 2022.

 

A notícia preocupa porque o tíquete médio de venda na plataforma digital é de R$ 294, contra apenas R$ 8,40 nas lojas físicas, segundo o relatório.

 

A empresa com sede no Rio de Janeiro disse em um documento recente que tem despertado algum interesse de potenciais interessados pela fintech Ame que e poderia adicioná-la ao seu programa de desinvestimento junto com outras marcas como Uni.co e a rede Hortifruti Natural da Terra.

 

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A Americanas contratou o Citigroup (C) para ajudar a encontrar compradores para alguns ativos.

 

A Americanas registrou que tinha 1.851 lojas em abril, cinco a menos que em março, e que perdeu clientes ativos: eram cerca de 45,1 milhões contra 49,5 milhões no final de dezembro.

 

Os investimentos foram de R$ 7,2 milhões no mês de abril, de longe o menor valor mensal montante do ano passado, de acordo com o relatório. O total de empregados ficou em 38.847, contra 39.291 em março.

 

A varejista, que conta com os fundadores bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, da empresa de aquisições 3G Capital, como seus maiores acionistas, decidiu buscar proteção judicial dos credores em janeiro, depois o então novo CEO Sergio Rial ter denunciado a existência de “inconsistências contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões, efetivamente dobrando os passivos da empresa.

 

As ações da empresa acumulam uma queda de 88% neste ano, com valor de mercado de R$ 993 milhões. Os títulos em dólar são negociados em torno de 20 centavos.

 

A Americanas disse na reportagem que continua as discussões com os credores sem dizer quando um acordo poderia ser alcançado.

 

“Apesar de não ter formalizado ainda acordo com os credores, há predisposição para negociação de boa fé”, a empresa disse ao administrador judicial. “Como é de praxe nessas negociações, ainda há alguns detalhes sendo discutidos.”

 

(Com informações bloomberglinea.com.br)

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