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Via Varejo tem prejuízo de R$ 875 milhões após fraude

Por Natalia Concentino - 30 de Março 2020
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A Via Varejo registrou um prejuízo contábil de R$ 875 milhões, afetado por ajustes não recorrentes de R$ 953 milhões, nos três últimos meses do ano passado e isso se deve a uma fraude que foi descoberta pela empresa no final de 2019. Os dados estão disponíveis na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), desde a madrugada de quinta-feira (26).

O prejuízo registrado foi muito maior que o do mesmo período de 2018, que ficou R$ 282 milhões.

Excluindo os ajustes não recorrentes, entre eles contingências de R$ 1,3 bilhão, grande parte ligada à investigação de fraude contábil, a dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio teve um lucro operacional de R$ 78 milhões nos últimos quatro meses do ano passado.

A companhia também comunicou que foram encontradas evidências de fraude contábil em seus resultados após conclusão de investigação independente na esteira de denúncias anônimas recebidas pela Via Varejo em setembro e outubro de 2019.

Conforme o relatório, houve manipulação da provisão para processos trabalhistas da companhia e diferimento indevido na baixa de ativos e contabilização de passivos fora de suas respectivas competências mensais. Também ocorreram falhas de controles internos resultando em erros nas contas de provisão para processos trabalhistas e depósitos (garantias) judiciais.

Em dezembro, a companhia tinha estimado que os indícios de fraude contábil deveriam impactar o resultado do quarto trimestre em até R$ 1,4 bilhão.

Desse total, aproximadamente R$ 1,169 bilhão se refere a correção de erros e de mudanças de estimativa no intuito de refletir de maneira mais precisa os riscos da companhia e R$ 20,8 milhões aos efeitos das fraudes identificadas ao longo da investigação.

Resultados operacionais

No quarto trimestre, a Via Varejo teve receita líquida de R$ 7,6 bilhões, acréscimo de apenas 1,1% frente ao mesmo período do exercício anterior, enquanto a receita bruta cresceu 3,9%, para R$ 8,875 bilhões, com margem bruta de 30,2%, ante 26,5% um ano antes.

O GMV total, que considera as vendas totais no comércio eletrônico e nas lojas físicas, somou R$ 9,363 bilhões, aumento de 7,3% na comparação ano a ano, sendo que o GMV apenas do e-commerce cresceu 34,9%, para R$ 2,272 bilhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 605 milhões de outubro a dezembro do ano passado, uma alta de 91,4% frente ao mesmo intervalo de 2018. A margem Ebitda ajustado quase dobrou, de 4,2% para 8%.

A Via Varejo disse que encerrou o quarto trimestre com caixa líquido ajustado com recebíveis não descontados no total de R$ 2,213 bilhões, contra R$ 4,442 bilhões um ano antes. Desse total, a empresa tinha em caixa e equivalentes de caixa R$ 1,364 bilhão.

(Com informações do G1)

 

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