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BC vê desaceleração lenta da economia e mantém juro restritivo

Revisado Natalia Concentino - 27 de Novembro 2025
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Imagem: Freepik

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, avaliou que o desaquecimento da economia brasileira tem ocorrido de forma “lenta e gradual”. Segundo ele, embora o BC desejasse uma convergência mais rápida da inflação para a meta, a suavidade do processo reduz o risco de uma freada abrupta na atividade. A taxa Selic permanece em 15% ao ano há três reuniões do Copom, mantendo o ciclo em campo restritivo.

 

Galípolo reforçou que a autoridade monetária manterá os juros no nível necessário “pelo tempo que for preciso” para assegurar a convergência da inflação. O alerta foi feito durante evento da Itaú Asset Management.

 

Inflação e expectativas

 

O IPCA acumulado em 12 meses até outubro ficou em 4,68%, recuando desde abril, quando estava em 5,53%. A meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Nas últimas semanas, as projeções do mercado vêm cedendo: o Focus reduziu a estimativa para 2024 de 4,56% para 4,45%.

 

Essa leitura já havia sido sinalizada na ata do Copom, que apontou continuidade de uma “redução gradual” do crescimento. Segundo Galípolo, os dados recentes seguem na direção esperada e não indicam necessidade de mudança na condução da política monetária. “Seguimos dependentes de dados”, afirmou.

 

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Crédito e câmbio

 

Apesar dos juros elevados, o mercado de crédito segue avançando “de maneira surpreendente”, o que, segundo o presidente do BC, exige atenção redobrada por ser o principal canal de transmissão da política monetária.

 

Sobre o câmbio, Galípolo afirmou que o BC segue confortável com o regime de flutuação, mesmo diante das discussões sobre a tributação de dividendos no projeto que prevê isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O ex-diretor de política monetária Bruno Serra observou que o mercado debate possíveis saídas de recursos em função das mudanças.

 

Volatilidade eleitoral

 

Questionado sobre 2026, Galípolo reconheceu que anos eleitorais tendem a gerar maior volatilidade. Mas reforçou que o BC não faz juízo de valor sobre escolhas políticas — concentra-se em avaliar impactos sobre demanda, inflação corrente e expectativas. “É assim que seguimos nossa governança”, disse.

 

Com informações do Valor Econômico

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