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Varejo terá fim de ano de ‘crescimento pífio’, segundo Ibevar

Revisado Natalia Concentino - 27 de Novembro 2025
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Imagem: Freepik

A projeção de vendas para novembro, dezembro e janeiro aponta que o fim de ano será de um “crescimento pífio”, próximo a 0% no varejo restrito e perto de 0,3%, na média, no varejo ampliado. Os dados são do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e a FIA Business School. 

 

O varejo restrito, que engloba os segmentos de supermercados, vestuário, móveis, artigos farmacêuticos, entre outros, tem projeção de vendas de -0,01% em novembro, comparado ao mês anterior; de -0,04% em dezembro e de 0% em janeiro.

 

Já varejo ampliado deverá avançar 0,42% em novembro, comparado ao mês anterior. Dezembro deve ter recuo de -0,02%, e janeiro um novo avanço de 0,61%. Essa categoria ampliada engloba todos os segmentos de varejo, mais veículos e motos, partes e peças e material de construção.

 

“Os próximos três meses vão ser de crescimento pífio, uma expansão lateral. O varejo caminha de lado. Há uma resiliência bastante moderada, muito ligada à questão do emprego e do consumo das famílias, além da taxa de juros elevada e o endividamento”, afirma Claudio Felisoni, presidente do Ibevar.

 

Projeção de vendas Varejo restrito Varejo ampliado
novembro/25  -0,01%   0,42%
dezembro/25 -0,04%  -0,02%
janeiro/26     0,00%   0,61%
Fonte: Ibevar  

       

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias com dívidas chegou a 79,5% em outubro, e as inadimplentes estão em 30,5%. Os dados apontam um recorde no patamar de pessoas dizendo que não terão condições de pagar as dívidas – chegando a 13,2% – o que significa que continuarão inadimplentes.

 

Varejo ampliado tem desempenho negativo 

 

A projeção de desempenho do varejo restrito e ampliado sobre outros períodos de tempo nos dá um diagnóstico de como anda o consumo das famílias. Segundo Felisoni, os dados mostram um desempenho positivo no varejo restrito, que geralmente engloba o consumo de necessidades básicas, mas apontam desempenho negativo em todas as variáveis de tempo no varejo ampliado.

 

“As pessoas têm procurado manter seu padrão de vida, e há coisas que não podem ser cortadas imediatamente, como plano de saúde, transporte e muitos serviços pessoais (salão de beleza, academia), que continuam crescendo”, analisa

 

leia: Varejo recua em setembro e expõe fragilidade do consumo

    

Projeção do varejoMesmo mês do ano anteriorAcumulado do anoAcumulado em 12 meses
RESTRITO     
novembro/250,58% 1,66% 1,80%
dezembro/25 0,74%  1,58% 1,58%
janeiro/26   0,51% 0,51% 1,41%
AMPLIADO   
novembro/25 -2,39%-0,18%-0,08%
dezembro/25-2,45%-0,03%-0,03%
janeiro/26-1,96%-0,70%-0,27%
Fonte: Ibevar   

     

O varejo restrito apresentou crescimento de 0,58% na comparação anual e aumento acumulado de 1,80% nos últimos 12 meses. Segundo o Ibevar, esses resultados indicam estabilidade no consumo das famílias, após um período de desaceleração observado ao longo do ano. 

 

Já o varejo que inclui os setores de veículos, motos e material de construção, teve recuo de -2,39% frente ao mesmo mês de 2024 e queda de -0,08% no acumulado de 12 meses. O desempenho reflete o ritmo lento de recuperação do setor, segundo o Ibevar.

 

Fonte: infomoney.com.br

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