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Colchoeiros vencem batalha por importação de fios de poliéster

Por Ari Bruno Lorandi - 18 de Agosto 2022
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O fio de poliéster é, atualmente, a matéria-prima têxtil mais utilizada no mundo

A Abicol havia se manifestado de maneira veemente contra a aplicação de medida de antidumping nas importações brasileiras de fios texturizados de poliéster, considerando que isso contraria interesses da indústria colchoeira.

 

Para rememorar os fatos, em julho de 2020 a Associação Brasileira de Produtos de Fibras Artificiais e Sintéticas (Abrafas) protocolou petição de início de investigação de dumping nas importações brasileiras de fios texturizados de poliéster, quando originárias da China e da Índia. A Abrafas representava as empresas Unifi do Brasil Ltda. e Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco, denominada Citepe. Foram apresentadas ainda manifestações de apoio de duas empresas que produziriam filamentos texturizados de poliéster, a Antex Ltda. e a Dini Têxtil Indústria e Comércio Ltda.

 

O fio de poliéster é, atualmente, a matéria-prima têxtil mais utilizada no mundo, já que suas características físicas e de conforto lhe conferem propriedades fáceis de se trabalhar em tecelagens e malharias, sendo utilizada na fabricação de roupas, artigos esportivos, aviamentos, tecidos para colchões, estofados e decoração, revestimentos automotivos, calçados entre outros.

 

Depois que o Sinditec (Sindicato das Indústrias Têxteis de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré) emitiu Nota de Repúdio, manifestando-se contra a aplicação de direitos antidumping sobre as importações de fios texturizados de poliéster, outras entidades também emitiram nota contestando a aplicação de medidas antidumping. Entre elas a Abicol, alegando que as importações de fios de poliéster são fundamentais para manter o equilíbrio de oferta e de preços na confecção de tecidos para colchões.

 

Ainda segundo a manifestação do Sinditec, “estima-se que esse dumping protegeria cerca de 500 empregos, em detrimento de mais de 1,4 milhão de empregos ofertados por toda a cadeia”. 

 

A análise dessa medida ocorreu nesta quarta-feira, 17. O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Economia decidiu pela aplicação da medida antidumping, com imediata suspensão, por um ano, prorrogável uma única vez por igual período, por razões de interesse público, no caso das exportações para o Brasil de filamentos sintéticos texturizados de poliésteres, originárias da China e da Índia.

 

Desta forma, não haverá cobrança de taxas antidumping para importação de fios de poliéster de origem chinesa e indiana pelos próximos 12 meses e, possivelmente, só depois de 2024.

 

leia: Prazo para responder a pesquisa da Abicol termina no dia 26

 

Abicol comemora suspensão

 

Imediatamente após tomar conhecimento da decisão do Gecex a Abicol divulgou esta nota:

 

Os impactos negativos de medida antidumping sobre as importações brasileiras de fios texturizados de poliéster, originárias de China e Índia, foram neutralizados por um ano. ABICOL COMEMORA SUSPENSÃO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA ANTIDUMPING O resultado da manifestação, de imediato favorável, está confirmado pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), mas vamos seguir acompanhando para que a medida não entre em vigor após uma ano, como publicado na decisão. Aproveitando o ensejo, a Associação Brasileira da Indústria de Colchões – ABICOL, vem a público agradecer ao deputado Federal Carlos Chiodini, pelo empenho no movimento em defesa setor colchoeiro no que tange às importações brasileiras de fios texturizados de poliéster, originárias de China e Índia. Nossos mais sinceros agradecimentos pelo apoio na defesa da indústria brasileira. 

 

ABICOL - Associação Brasileira da Indústria de Colchões

 

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