Confiança do consumidor despenca ao menor nível desde abril
A confiança do consumidor nos Estados Unidos registrou uma nova queda em setembro, atingindo o menor nível desde abril de 2025. A deterioração foi impulsionada por um forte pessimismo em relação às condições econômicas atuais e um mercado de trabalho percebido como em declínio, mantendo acesa a luz de alerta para uma recessão.
De acordo com o mais recente relatório do Conference Board, o Índice de Confiança do Consumidor caiu 3,6 pontos, passando de 97,8 em agosto para 94,2 em setembro.
Pessimismo atual bate recorde
A maior responsável pela queda foi a percepção dos consumidores sobre o momento que vivem. O Índice da Situação Atual sofreu um recuo de 7 pontos, caindo para 125,4.
“O componente da situação atual registrou a maior queda em um ano”, destacou Stephanie Guichard, economista sênior do Conference Board.
Os dados mostram um esfriamento notável na avaliação dos consumidores sobre:
- Condições de Negócios: Apenas 19,5% disseram que as condições de negócios estavam "boas" (abaixo dos 21,8% em agosto), enquanto 15,4% as classificaram como "ruins" (acima de 14,6%).
- Empregos: A avaliação da disponibilidade de empregos caiu pelo nono mês consecutivo. A parcela de consumidores que disse que os empregos eram "abundantes" caiu de 30,2% para 26,9%.
Expectativas preveem incerteza e inflação
O pessimismo também se estendeu às projeções futuras. O Índice de Expectativas caiu 1,3 ponto, para 73,4, mantendo-se por oito meses consecutivos abaixo da marca de 80 pontos. Este patamar é historicamente visto como um sinal de recessão iminente.
Embora os consumidores estivessem um pouco mais otimistas sobre a renda futura, isso não foi suficiente para reverter a tendência negativa.
Guichard pontua que a principal preocupação dos consumidores continua sendo a inflação e os preços altos. As referências a tarifas também se mantiveram elevadas nas respostas, indicando que o tema ainda está fortemente associado à expectativa de encarecimento dos produtos.
Apesar de uma ligeira melhora nas perspectivas de renda, os consumidores continuam cautelosos em relação ao mercado de trabalho futuro:
- Apenas 16,1% esperam que mais empregos estejam disponíveis nos próximos seis meses (ante 17,9% em agosto).
- 25,6% preveem que haverá menos empregos.
Em resumo, o relatório de setembro reforça a ideia de que, embora as expectativas futuras ainda tenham algum otimismo, o impacto do aumento dos preços e o declínio na qualidade do mercado de trabalho atual estão corroendo rapidamente a confiança do consumidor.




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