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Coronavírus, ou como a China colocou o mundo de joelhos

Por Natalia Concentino - 11 de Março 2020
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O surto de COVID-19, também conhecido como epidemia de pneumonia por novo coronavírus de 2019–2020, coronavírus de Wuhan, epidemia de pneumonia na China ou pneumonia de Wuhan, começou em 1 de dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, no centro da China, com um grupo emergente de pessoas com pneumonia de causa desconhecida, ligadas principalmente a vendedores ambulantes que trabalhavam no Mercado de Frutos do Mar de Huanan, que também vendia animais vivos.

Ontem, dia 9 de março, o canal de notícias CNN passou a considerar o surto uma pandemia, sob justificativa de que o vírus encontrou um ponto de apoio em todos os continentes, exceto na Antártica, e que em vários países do mundo os casos continuam a crescer. Bastou para um verdadeiro caos na economia do planeta. Bolsas despencaram (a do Brasil caiu 12%, o pior pregão desde o fatídico 10 de setembro de 1998) em todo o mundo e, como tragédia pouca é bobagem, Rússia e Arábia Saudita resolveram divergir sobre produção de petróleo e os preços caíram 24%. Claro, as ações da Petrobrás desabaram e um verdadeiro pânico tomou conta dos mercados.

Mas o que o coronavírus fez até agora? Até hoje, 10 de março, foram confirmados no mundo 114.544 casos, com 4.026 mortes. Na China, epicentro da epidemia, são 80.761 casos, com 3.136 mortes. No Brasil estão confirmados 30 casos.

Para se ter ideia de quanto se faz alarde do coronavírus – e muitos lucram com isso – basta lembrar que no Brasil, só no Brasil, em 2019 foram registrados 1,5 MILHÃO DE CASOS DE DENGUE, que vitimou 700 pessoas. Alguém fala disso?

Em 2019 a gripe matou 222 pessoas no Brasil. Em 2018 foram 140 mil pessoas no mundo que morreram por causa do sarampo.

E poderíamos enumerar dezenas de outras doenças que matam milhares de pessoas anualmente no mundo sem que se faça qualquer alarde, sem que as bolsas de valores sofram sequer um soluço.

O fato é que a economia mundial hoje está baseada na especulação, no boato e quanto mais boato, mais alarde melhor para os especuladores. Então imaginem a festa que fizeram quando o WhatsApp, no final de dezembro, foi inundado de boatos, em forma de “breaking news”, afirmando que haviam chineses morrendo nas ruas, que pais abandonaram filhos no aeroporto ao saberem da contaminação, que 23 milhões de pessoas estavam em quarentena e 112 mil haviam morrido... E quantos posts semelhantes foram compartilhados no Facebook?

Como escreveu Rosana Pinheiro-Machado, do Intercept Brasil, “tudo isso repete o antigo imaginário ocidental que procura associar a China à impureza simbólica e concreta. Há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental, quando aborda a produção de manufaturas baratas, recorre sistematicamente à expressão ‘infestação’ do mundo de mercadorias chinesas. Os chineses estão sempre contaminando o mundo de alguma forma”.

Enfim, voltando aos especuladores, veja o que disse Luiz Barsi, um dos principais investidores individuais da Bolsa de Valores brasileira: “As empresas continuam funcionando e, com vírus ou com crise no petróleo, elas vão prosseguir funcionando. Então, o que eu posso dizer a vocês é o seguinte: eu estou comprando tudo aquilo que é possível comprar. Entenderam? Se vocês acharem que isso, assim como eu acho, é uma oportunidade de compra, então comprem o que puderem. […] O jacaré está de boca aberta esperando a ‘passarinhada‘”, afirmou o bilionário.

É exatamente isso que está acontecendo no mundo todo. Os jacarés estão engordando cada vez mais à custa de especulação e a mídia é a maior propagandista do caos para que os especuladores ganhem dinheiro às custas do pânico da população.

Mais uma vez a China está mostrando que pode colocar o mundo de joelhos. Basta para isso um coronavírus de vez em quando.

(Texto escrito por Ari Bruno Lorandi – CEO do Intelligence Group)

 

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