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Entenda o que está acontecendo com o Magazine Luiza e as ações

Por Ari Bruno Lorandi - 30 de Maio 2022
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Nos últimos 12 meses, os papéis desvalorizaram -81,21 por cento

A performance do Magazine Luiza no mercado de capitais tem decepcionado os investidores. Nos últimos 12 meses, os papéis desvalorizaram -81,21 por cento, com as perdas se estendendo no fechamento da última sexta-feira, 27. As ações da varejista caíram -1,47 por cento, a 4 reais.

 

E o que provocou essa virada de trajetória em um dos cases mais famosos da bolsa brasileira? 

 

O analista Rafael Ragazi, da Nord Research, atribui a queda do ativo a um combo de situação fiscal frágil + efeitos da Covid-19 na economia + incertezas em relação às eleições, além da expectativa para a inflação e, consequentemente, para os juros brasileiros, que já não era positiva. Depois do conflito entre Rússia e Ucrânia, a situação ficou ainda mais complicada. 

 

Além disso, aspectos intrínsecos ao seu negócio, como o elevado nível de competição no varejo generalista brasileiro, principalmente no online, devido à entrada das companhias asiáticas no mercado (Shopee, AliExpress e Shein), e, também, o erro pontual na gestão de estoques (que está obrigando a empresa a realizar relevantes liquidações), elevam os gastos com marketing e pressionam a receita da empresa.

 

Aquisições ainda não estão na conta

 

No 1º trimestre de 2022, a loja da empresária Luiza Trajano reportou um prejuízo líquido de 161 milhões de reais, contra lucro de 258 milhões de reais no mesmo período do ano passado.


Embora a companhia tenha reportado números melhores do que os esperados pelo mercado, a empresa vem perdendo fôlego na Bolsa.

 

Na visão do analista, os últimos resultados do Magalu demonstram que a companhia está entregando um excelente trabalho em relação aos seus cinco pilares fundamentais de crescimento: o crescimento exponencial do 3P (marketplace), as novas categorias (de produtos vendidos), o Super App, a Entrega mais rápida e o MaaS (Magalu as a Service, no qual a empresa vende serviços financeiros, logísticos, de marketing etc. para os sellers em sua plataforma). 

 

Ao todo, foram 20 aquisições em apenas dois anos. Agora, vemos que a empresa está focada em integrar tudo isso em sua estrutura e principalmente em seu aplicativo, capturando os ganhos com as sinergias e potencializando o crescimento dos negócios incorporados ao seu ecossistema.

 

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Principais riscos

 

O Magalu está valendo 27,5 bilhões de reais na bolsa atualmente, o que representa 241x seu lucro ajustado. Isso pode parecer muito, mas é preciso levar em consideração que a margem de lucro da empresa está extremamente comprimida.

 

Para você ter uma ideia, em 2021, a margem líquida foi de apenas 0,32 por cento. Como referência, em 2019, antes do cenário começar a virar, a companhia entregou uma rentabilidade líquida de 2,54 por cento.

 

Com a receita atual e a margem de 2019, o lucro da companhia já seria de 900 milhões de reais. Multiplicando sua receita por 2x, avaliamos que o Magalu seria capaz de entregar 1,8 bilhão de reais de lucro, o que a faria negociar com um múltiplo de Preço/Lucro de 15x (média histórica da bolsa). 

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